Melanoma Maligno Cutâneo: Estudo Retrospetivo de Sete Anos (2011-2017)

  • Filipa Tavares Almeida Serviço de Dermatovenereologia, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Regina Caldas Serviço de Dermatovenereologia, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Pedro Oliveira Departamento de Estudo de Populações, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal
  • Celeste Brito Serviço de Dermatovenereologia, Hospital de Braga, Braga, Portugal
Palavras-chave: Melanoma, Neoplasias da Pele

Resumo

Introdução: O melanoma maligno é uma neoplasia cutânea muito agressiva, com uma incidência crescente nos últimos anos. Material e Métodos: Realizou-se estudo retrospetivo através da análise de processos clínicos de doentes com o diagnóstico de melanoma maligno cutâneo, durante o período compreendido entre 2011 e 2017. Analisaram-se características epidemiológicas, clínicas e histopatológicas e comparou-se com um estudo prévio de 11 anos realizado nesta Instituição (1999 a 2009). Resultados: O melanoma maligno cutâneo foi diagnosticado em 163 doentes, 59,5% do sexo feminino e 40,5% do sexo masculino, cuja idade média foi de 65,6 anos. A localização anatómica mais frequente nos homens foi o tronco, enquanto nas mulheres foi a perna. O subtipo de melanoma maligno cutâneo mais comum foi o de extensão superficial, seguindo-se o lentigo maligno e o nodular. A maioria dos casos eram melonoma maligno cutâneo invasivos (67,5%), em oposição aos melanomas malignos cutâneos in situ (32,5%). A média do índice de Breslow foi de 3,01 mm. Destaca-se o aumento do número de doentes com melanoma maligno cutâneo, já que no estudo anterior apenas tinham sido diagnosticados 129 casos. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo estão de acordo com o descrito na literatura, nomeadamente no que se refere à faixa etária dos doentes, e à localização anatómica e subtipo predominante do melanoma maligno cutâneo. Verificou-se um aumento do número de casos localizados na cabeça e tronco face aos membros inferiores. Apesar do investimento na deteção do melanoma maligno cutâneo, o aumento do número de diagnósticos não parece contrabalançar o risco global de melanoma maligno cutâneo, uma vez que continuam a surgir muitos casos, predominantemente invasivos e espessos.

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Publicado
2019-07-12
Como Citar
Almeida, F. T., Caldas, R., Oliveira, P., & Brito, C. (2019). Melanoma Maligno Cutâneo: Estudo Retrospetivo de Sete Anos (2011-2017). Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(2), 135-138. https://doi.org/10.29021/spdv.77.2.1065
Secção
Artigos Originais