Escleroterapia no Tratamento de Malformações Glomuvenosas Cutâneas Disseminadas Familiares: Relato de Caso

  • Francisco Gil Serviço de Dermatologia, Hospital de Santarém EPE, Santarém, Portugal
  • Santiago Ortiz Serviço de Anatomia Patológica, Hospital de Santarém EPE, Santarém, Portugal
  • João Aranha Serviço de Dermatologia, Hospital de Santarém EPE, Santarém, Portugal
Palavras-chave: Escleroterapia, Neoplasias da Pele, Tumor Glómico/genética, Tumor Glómico/tratamento

Resumo

As malformações glomuvenosas manifestam-se geralmente sob a forma de pápulas, placas ou nódulos azul-violáceos, dérmicos ou subcutâneos, e podem ser esporádicas ou hereditárias. Apresentamos o caso de uma mulher de 41 anos, referenciada para avaliação de um quadro de lesões cutâneas disseminadas, azuladas, com evolução desde a puberdade. O exame histopatológico foi compatível com o diagnóstico de malformações glomuvenosas. A história familiar de uma irmã com lesões semelhantes motivou
o estudo genético do gene da glomulina na nossa doente, que revelou uma variante patogénica e possibilitou o diagnóstico de malformações glomuvenosas cutâneas disseminadas familiares. Malformações glomuvenosas únicas ou escassas, sintomáticas, são frequentemente submetidas a excisão cirúrgica, enquanto que outras modalidades terapêuticas têm sido reportadas no tratamento de lesões múltiplas, com resultados variáveis. A doente foi submetida a escleroterapia com polidocanol, resultando em melhorias
sintomática e cosmética muito significativas após seis sessões, sem efeitos adversos e sem recorrência aos 6 meses.

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Referências

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Publicado
2019-10-11
Como Citar
Gil, F., Ortiz, S., & Aranha, J. (2019). Escleroterapia no Tratamento de Malformações Glomuvenosas Cutâneas Disseminadas Familiares: Relato de Caso. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(3), 249-252. https://doi.org/10.29021/spdv.77.3.1087
Secção
Casos Clínicos

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