Escaras de Inoculação e Febre: Um Caso de Febre da Carraça Africana

  • R. Bouceiro-Mendes Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria, Serviço de Dermatologia, Lisboa, Portugal
  • M. Mendonça-Sanches Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria, Serviço de Dermatologia, Lisboa, Portugal
  • L. Soares-de-Almeida Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria, Serviço de Dermatologia, Lisboa, Portugal; Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina de Lisboa, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • I. Correia-Fonseca Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria, Serviço de Dermatologia, Lisboa, Portugal
Palavras-chave: África do Sul, Febre da Carraça, Infecções por Rickettsia, Viagem

Resumo

A febre da carraça africana é causada pela bactéria intracelular Rickettsia africae. Esta bactéria é transmitida através da picada da carraça do género Amblyomma, com uma elevada taxa de infeção por R. africae. A febre da carraça africana é já a segunda causa mais frequente de febre em viajantes que regressam da África Subsariana. 
Apresentamos o caso de um homem de 58 anos, em regresso da África do Sul, com história de febre, cefaleia generalizada e mialgias cervicais. Ao exame objetivo foram documentadas múltiplas escaras de inoculação e adenomegalias inguinais dolorosas.
A histopatologia da biópsia cutânea foi compatível com rickettsiose e o diagnóstico de infeção por R. africae foi confirmado por reação em cadeia da polimerase (PCR).
O aumento global do turismo internacional, particularmente para áreas remotas, predispõe à picada de carraças. A febre da carraça africana deve ser considerada no diagnóstico diferencial de doentes febris com história de viagem recente a zonas endémicas.

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Publicado
2019-10-11
Como Citar
Bouceiro-Mendes, R., Mendonça-Sanches, M., Soares-de-Almeida, L., & Correia-Fonseca, I. (2019). Escaras de Inoculação e Febre: Um Caso de Febre da Carraça Africana. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(3), 261-264. https://doi.org/10.29021/spdv.77.3.1103
Secção
Casos Clínicos