Lepra: Da Antiguidade aos Nossos Tempos

  • Atanásio Máquina Interno da especialidade de Dermatologia e Venereologia do Hospital Central de Maputo, Moçambique
  • Alexandre Catarino Interno da especialidade de Dermatologia e Venereologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, Lisboa, Portugal
  • Leandro Silva Interno da especialidade de Dermatologia e Venereologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, Lisboa, Portugal
  • Goreti Catorze Assistente Hospitalar Graduado de Dermatologia e Venereologia, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, Lisboa, Portugal
  • Lurdes Ferreira Assistente Hospitalar Graduado de Dermatologia e Venereologia, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, Lisboa, Portugal
  • Isabel Viana Assistente Hospitalar Sénior de Dermatologia e Venereologia, Directora de Serviço, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, Lisboa, Portugal
Palavras-chave: Lepra/classificação, Lepra/diagnóstico, Lepra/epidemiologia, Lepra/etiologia, Lepra/história, Lepra/tratamento, Moçambique, Portugal

Resumo

A lepra é uma doença infecciosa, causada pelos bacilos Mycobacterium leprae e Mycobacterium lepromatosis. Atinge de forma preferencial a pele e os nervos periféricos. Se não for diagnosticada e tratada precocemente pode provocar graves deformações e incapacidades. Paradoxalmente, à medida que o tratamento se tornou curativo, muitos centros especializados fecharam o que levou ao menor conhecimento da doença. Com a crescente imigração para a Europa de pessoas provenientes de países de elevada prevalência da lepra, tem-se verificado o aparecimento de novos casos no continente europeu, nomea- damente em Portugal. Um forte estigma, baseado no medo de contágio, contribui para o sofrimento prolongado, atrasos no diagnóstico e tratamento destes doentes. Fazemos uma breve revisão desta doença milenar, da antiguidade até aos nossos dias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ramos e Silva M, Ribeiro de Castro, MC. Mycobacterial infections. In: Bolognia JL, Schaffer JV, Cerroni L, edi- tors. Dermatology. 4th ed. Amsterdam: Elsevier; 2018. p.1296-1318.

Han XY, Seo YH, Sizer KC, Schoberle T, May GS, Spencer JS, et al. A new Mycobacterium species causing diffuse lepromatous leprosy. Am J Clin Pathol. 2008;130:856- 64. doi: 10.1309/AJCPP72FJZZRRVMM.

Pardillo FE, Fajardo TT, Abalos RM, Scollard D, Gelber RH. Methods for the classification of leprosy for treatment purposes. Clin Infect Dis. 2007;44:1096-9.

Organização Mundial da Saúde. Estratégia Global para Hanseníase 2016 – 2020 Manual operacional 2020. Genebra: OMS; 2019.

Providência P, Matos VMJ, Santos AL, Xavier S, Brás E, Quintais L, “Leprosaria Nacional. Modernidade e Ruína no Hospital-Colónia Rovisco Pais,” Dafine Ed., vol. 1, 2013.

Benchimol JL, Sá MR. Adolpho Lutz. Obra completa. Edi- tora FioCruz, vol. I. 2004.

Poiares-Baptista A. Comissão Internacional da Lepra - 1909. Rev Soc Port Dermatol Vnereol. 2013: 71:323.

Cruz A. O Hospital-Colónia Rovisco Pais: a última le- prosaria portuguesa e os universos contingentes da experiência e da memória. História, Ciências, Saúde- -Manguinhos.2018;16: 407–31.

Pinto C, Bordalo A, Albuquerque M, Nascimento M, Vicêncio P. Doenças de Declaração Obrigatória. Lisboa:Direção-Geral de Saúde;2016.

Organização Mundial da Saúde. Estratégia Global para Hanseníase 2016 – 2020 Manual operacional

Laureano A, Vieira R, Medeiros S, Assis-Pacheco F, Car- doso J. Incapacidade Funcional na Doença de Hansen - Estudo Retrospectivo, Descritivo e Analítico de 243 Doentes Tratados Antes e Depois da Terapêutica da OMS. Rev Soc Port Dermatol Venereol. 2013: 72:325- 31.

Singh P, Benjak A, Schuenemann VJ, Herbig A, Avanzi C, Busso P, et al. Insight into the evolution and origin of leprosy bacilli from the genome sequence of My- cobacterium lepromatosis. Proc Natl Acad Sci U S A. 2015;112:4459-64. doi: 10.1073/pnas.1421504112.

Mira MT, Alcaïs A, Nguyen VT, Moraes MO, Di Flumeri C, Vu HT, et al. Susceptibility to leprosy is associated with PARK2 and PACRG. Nature. 2004;427:636-40.

Silva EA, Iyer A, Ura S, Lauris JR, Naafs B, Das PK, et al. Utility of measuring serum levels of anti-PGL-I antibody, neopterin and C-reactiveprotein in monitoring leprosy patients during multi-drug treatment and reactions.Trop

Med Int Health. 2007;12:1450-8.

Martiniuk F, Rao SD, Rea TH, Glickman MS, Giovinazzo J,

Rom WN,et al. Leprosy as immune reconstitution inflam- matory syndrome in HIV-positive persons. Emerg Infect Dis. 2007;13:1438-40. doi: 10.3201/eid1309.070301.

Scollard DM, Adams LB, Gillis TP, Krahenbuhl JL, Truman RW, Williams DL. The continuing challenges of leprosy. Clin Microbiol Rev. 2006;19:338-81.

Suzuki K, Akama T, Kawashima A, Yoshihara A, Yotsu RR, Ishii N. Current status of leprosy: epidemiology, basic scien- ce and clinical perspectives. J Dermatol.2012;39:121-9. doi: 10.1111/j.1346-8138.2011.01370.x.

Srinivasan H. Prevention of Disabilities in Patients with Leprosy: A Pratical Guide. Geneva: World Health Orga- nization; 1993,

Ministério da Saúde, Guia de procedimentos técnicos: baciloscopia em hanseníase, vol. 7 edição. 2010.

Bührer-Sékula S. PGL-I leprosy serology. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41 Suppl 2:3-5.

Polycarpou A, Walker SL, Lockwood DN. A Systematic Review of Immunological Studies of Erythema Nodosum Leprosum. Front Immunol. 2017;8:233. doi:10.3389/ fimmu.2017.00233.

Calonje JE, Brenn T, Lazar A, Billings S (Eds). McKee's Pathology of the Skin, 5th ed. Elsevier, 2019, pag. 899

World Health Organization. Regional Office for South- -East Asia; 2018. Guidelines for the diagnosis, treatment and prevention of leprosy. [access Jan 2019] Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/274127.

Lambert SM, Alembo DT, Nigusse SD, Yamuah LK, Walker SL, Lockwood DN. A Randomized Controlled Double Blind Trial of Ciclosporin versus Prednisolone in the Ma- nagement of Leprosy Patients with New Type 1 Reaction, in Ethiopia. PLoS Negl Trop Dis. 2016;10:e0004502. doi: 10.1371/journal.pntd.0004502.

Bertolli J, Pangi C, Frerichs R, Halloran ME. A case-con- trol study of the effectiveness of BCG vaccine for pre- venting leprosy in Yangon, Myanmar. Int JEpidemiol. 1997;26:888-96.

Richardus R, Alam K, Kundu K, Chandra Roy J, Zafar T, Chowdhury AS,et al. Effectiveness of single-dose rifampi- cin after BCG vaccination to prevent leprosy in close con- tacts of patients with newly diagnosed leprosy: A cluster randomized controlled trial. Int J Infect Dis. 2019;88:65- 72. doi: 10.1016/j.ijid.2019.08.035.

Publicado
2020-01-11
Como Citar
Máquina, A., Catarino, A., Silva, L., Catorze, G., Ferreira, L., & Viana, I. (2020). Lepra: Da Antiguidade aos Nossos Tempos. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(4), 323-338. https://doi.org/10.29021/spdv.77.4.1116
Secção
Artigo de Revisão