Esporotricose Cutânea Disseminada por Transmissão Zoonótica em Paciente Imunocompetente

  • Juliana Rodrigues Soares Residente de Dermatologia, Serviço de Dermatologia Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória- ES, Brasil
  • Priscila Pinto Barroso Residente de Dermatologia, Serviço de Dermatologia Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória- ES, Brasil
  • Letícia Arantes Fiorilo Pelegrine Acadêmico de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória- ES, Brasil
  • Natália Tebas de Castro Acadêmico de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória- ES, Brasil
  • Nathália Filgueiras de Souza Professor adjunto do departamento de dermatologia do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória-ES, Brasil
  • Luisa França Rocha Residente de Dermatologia, Serviço de Dermatologia Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória; Vitória- ES, Brasil
Palavras-chave: Esporotricose, Gatos, Imunocompetência

Resumo

A esporotricose é a micose subcutânea mais comum na América Latina, causada pelo Sporothrix schenkii. A maioria dos casos envolve o acometimento cutâneo e linfático sendo rara a disseminação para outros órgãos e sistemas, manifestações mais frequentes em imunodeprimidos. A forma cutâneo-linfática é a mais comum, inicia-se com pápulas que evoluem para úlceras ao longo do trajeto linfático até à cadeia ganglionar regional. O acometimento mucoso é incomum e sua apresentação típica é a conjuntivite granulomatosa associada a linfadenopatia regional. Pode estar associada à profissão, nomeadamente em pessoas que lidam com terra, principalmente em áreas rurais, ou com animais como gatos (domésticos e selvagens) e tatus. Atualmente surtos urbanos tem sido associados à arranhadura e/ou mordedura de gatos infectados.

Relatamos o caso de uma paciente imunocompetente, diagnosticada com esporotricose cutânea disseminada associada a lesão ocular, tendo o gato doméstico como fonte de infecção.

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Referências

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Publicado
2020-01-11
Como Citar
Rodrigues Soares, J., Pinto Barroso, P., Arantes Fiorilo Pelegrine, L., Tebas de Castro, N., Filgueiras de Souza, N., & França Rocha, L. (2020). Esporotricose Cutânea Disseminada por Transmissão Zoonótica em Paciente Imunocompetente. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(4), 363-367. https://doi.org/10.29021/spdv.77.4.1125
Secção
Casos Clínicos