MÉTODOS RECONSTRUTIVOS DA PÁLPEBRA INFERIOR – APLICAÇÃO NA PRÁTICA DERMATOLÓGICA

  • Vera Teixeira Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia / Resident, Dermatology and Venereology - Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE)
  • Leonor Ramos Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia / Resident, Dermatology and Venereology - Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE)
  • David Serra Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia / Consultant, Dermatology and Venereology - Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE)
  • Ricardo Vieira Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia / Consultant, Dermatology and Venereology - Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE); *Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal
  • Américo Figueiredo Professor Doutor e Director do Serviço de Dermatologia e Venereologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra; Professor of Dermatology and Venereology and Head of the Dermatology Department, Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE); Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal
Palavras-chave: Pálpebra inferior, Reconstrução, Retalho cutâneo, Enxerto cutâneo

Resumo

Introdução: A ressecção de neoplasias cutâneas é a principal causa de defeitos palpebrais. Os princípios de reconstrução da pálpebra encontram-se bem definidos. No entanto, permanece um desafio conseguir um bom resultado funcional e estético. 

Material e Métodos: Conhecer as diversas técnicas cirúrgicas e os conceitos anatómicos é fundamental na abordagem de lesões palpebrais. Anatomicamente a pálpebra pode ser dividida em duas lamelas: a lamela anterior (pele e músculo orbicular) e a lamela posterior (tarso e conjuntiva).

Resultados: Para efeitos reconstrutivos, os defeitos da pálpebra inferior podem ser divididos em dois principais grupos: (1) defeitos de espessura parcial, com a margem palpebral intacta e (2) defeitos de espessura total envolvendo a margem palpebral. As técnicas cirúrgicas de reconstrução da lamela anterior incluem retalhos miocutâneos de rotação ou de deslizamento e enxertos cutâneos. Para reconstruir a lamela posterior são necessários enxertos compostos (condrocutâneos ou condromucosos). Nos defeitos de espessura total ambas as lamelas têm de ser reparadas, para restaurar a função. Nos algoritmos de reconstrução, os defeitos palpebrais de espessura total são classificados em: pequenos (até 30% do tamanho horizontal da margem palpebral), médios (30-50%) e grandes (acima de 50%). Um pequeno defeito pode ser encerrado com sutura directa. Se necessário mobiliza-se a margem palpebral lateral 3 a 5 mm (cantólise lateral). Num defeito de tamanho médio pode ser aplicado um retalho. Para os defeitos de grandes dimensões, o cirurgião deve reconstruir a lamela posterior e planear a reconstrução da lamela anterior com uma combinação das técnicas anteriores. Os autores reviram a metodologia de reconstrução de defeitos da pálpebra inferior e exemplificam com casos da sua prática clínica. 

Conclusões: Existem inúmeras abordagens possíveis para restaurar a anatomia palpebral. O método reconstrutivo de eleição é individualizado caso a caso, com particular atenção à localização e dimensões do defeito.

 

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Publicado
2014-06-24
Como Citar
Teixeira, V., Ramos, L., Serra, D., Vieira, R., & Figueiredo, A. (2014). MÉTODOS RECONSTRUTIVOS DA PÁLPEBRA INFERIOR – APLICAÇÃO NA PRÁTICA DERMATOLÓGICA. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 71(2), 159-169. https://doi.org/10.29021/spdv.71.2.165
Secção
Educação Médica Contínua