FEOCROMOCITOMA E NEUROFIBROMATOSE 1

  • Rui Tavares-Bello Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia / Consultant, Dermatology and Venereology; Serviço de Dermatologia/Department of Dermatology, Hospital Militar de Lisboa, Portugal
  • Mafalda Marcelino Interna do Internato Complementar de Endocrinologia/Resident of Endocrinology, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo/Department of Endocrinology, Hospital Militar de Lisboa, Portugal
  • Ema L. Nobre Assistente Hospitalar de Endocrinologia/ Consultant of Endocrinology, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo/Department of Endocrinology, Hospital Militar de Lisboa, Portugal
  • Luís Lopes Assistente Hospitalar de Endocrinologia/ Consultant of Endocrinology, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo/Department of Endocrinology, Hospital Militar de Lisboa, Portugal
  • Carlos Lopes Consultor de Cirurgia Geral/Consultant of General Surgery, Serviço de Cirurgia Geral/Department of General Surgery, Hospital Militar Principal de Lisboa, Portugal
  • João Jácome de Castro Director do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo/Head of the Department of Endocrinology, Hospital Militar de Lisboa, Portugal
Palavras-chave: Neurofibromatose 1, Neurofibromatose de von Recklinghauses, Feocromocitoma, Hipertensão arterial, Hiperidrose generalizada

Resumo

Introdução: Feocromocitomas são tumores originários de células cromafins do sistema simpato-adrenal. As suas manifestações clínicas são múltiplas e diversificadas, função do perfil secretório variável de múltiplos compostos, incluindo catecolaminas, neuropéptidos e outros compostos vasoactivos. A Neurofibromatose 1 (D de von Recklinghausen), a mais prevalente das variantes das neurofibromatoses, é genodermatose transmitida segundo padrão mendeliano autossómico dominante. O diagnóstico de NF1 assenta em critérios diagnósticos, entre os quais as alterações cutâneas, oculares e esqueléticas são as mais relevantes, embora múltiplas neoplasias envolvendo diversos orgãos e sistemas não possam ser esquecidas ou sub-valorizadas já que é bem conhecido que o produto genético do gene alterado da NF1 – a neurofibromina – é uma proteina de supressão tumoral. Feocromocitomas ocorrem em menos de 1% dos doentes com NF1; por outro lado, apenas 5% dos casos reportados de feocromocitoma estão associados com a NF I. No entanto, entre doentes hipertensos com NF1, a prevalência de feocromocitoma pode atingir os 50%.

Caso clínico: É relatado caso de eurocaucasiana de 27 A de idade, com diagnóstico de NF1 com história de 4 meses de cólicas abdominais, hiperhidrose generalizada, dispneia e hipertensão arterial paroxística. As catecolaminas e metanefrinas urinárias estavam aumentadas e a exploração topográfica levada a cabo (RMN e I-MIBG) permitiram detectar uma massa na glândula suprarrenal direita, a qual, após adrenalectomia confirmou o diagnóstico de feocromocitoma. 

Conclusão: O caso apresentado enfatiza a necessidade de uma abordagem multissistémica, multidisciplinar a doentes com NF1, tendo em conta as manifestações sistémicas associadas, na base de um prognóstico por vezes fechado da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2014-06-24
Como Citar
Tavares-Bello, R., Marcelino, M., Nobre, E. L., Lopes, L., Lopes, C., & Jácome de Castro, J. (2014). FEOCROMOCITOMA E NEUROFIBROMATOSE 1. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 71(2), 205-211. https://doi.org/10.29021/spdv.71.2.172
Secção
Casos Clínicos