IMUNOGLOBULINAS ENDOVENOSAS EM DERMATOLOGIA – EXPERIÊNCIA CLÍNICA DE 7 ANOS NO HOSPITAL DE BRAGA

  • Catarina Araújo Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • José Carlos Fernandes Assistente Hospitalar Graduado(a) de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Maria da Luz Duarte Chefe de Serviço, Serviço de Dermatologia e Venereologia/ Consultant Chief, Department of Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Teresa Pereira Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Ana Paula Vieira Assistente Hospitalar Graduado(a) de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Celeste Brito Chefe de Serviço, Directora do Serviço de Dermatologia e Venereologia/ Consultant Chief, Head of Department of Dermatology and Venereology Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga, Braga, Portugal
Palavras-chave: Imunoglobulinas endovenosas, Doenças da pele, Dermite atópica, Penfigóide bolhoso, Necrólise epidérmica tóxica, Urticaria

Resumo

Introdução: Nos últimos anos tem aumentado a experiência clínica com o uso de Imunoglobulinas Endovenosas (IgEv) em Dermatologia. Apesar da informação limitada na literatura, a utilização off-label das IgEv tem demonstrado eficácia na terapêutica de várias dermatoses refratárias aos tratamentos convencionais.

Material e métodos: Efetuou-se um estudo retrospetivo dos doentes com patologia dermatológica tratados com IgEv entre Janeiro de 2004 e Outubro de 2011 no Serviço de Dermatologia do Hospital de Braga. Foram analisadas as características demográficas e clínicas, as terapêuticas efetuadas, a resposta clínica e o perfil de segurança.

Resultados: Foram tratados 21 doentes com IgEv em 10 diferentes patologias dermatológicas: quatro doentes com Pênfigo Vulgar [2 com resposta completa (RC), um com resposta parcial (RP) e outro que interrompeu o tratamento por efeito lateral grave]; dois doentes com Penfigóide Bolhoso (um com RC e outro com RP); três doentes com Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) com RC; dois doentes com Dermatomiosite (ambos com RP); quatro doentes com Urticária Crónica (um com RC, um com RP, um que não respondeu e outro que suspendeu o tratamento por efeito lateral); dois doentes com Vasculopatia Livedóide com RP; um doente com Síndrome CREST que não melhorou; um doente com Escleromixedema com RP; um doente com Pioderma Gangrenoso com RC e uma doente com Dermite Atópica que interrompeu o tratamento na sequência de gravidez. Com excepção dos 3 doentes com NET, em todos os outros a doença havia sido refratária aos tratamentos sistémicos convencionais. Conclusões: Apesar de a nossa experiência ser limitada, o tratamento com IgEv pode ser benéfico em determinadas patologias que não melhoram com o tratamento clássico. Atendendo ao seu custo elevado e efeito terapêutico variável, o seu uso deve ser criterioso até que mais estudos definam a relação risco-benefício.

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Publicado
2014-07-02
Como Citar
Araújo, C., Fernandes, J. C., Duarte, M. da L., Pereira, T., Vieira, A. P., & Brito, C. (2014). IMUNOGLOBULINAS ENDOVENOSAS EM DERMATOLOGIA – EXPERIÊNCIA CLÍNICA DE 7 ANOS NO HOSPITAL DE BRAGA. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 71(3), 345-359. https://doi.org/10.29021/spdv.71.3.192
Secção
Artigos Originais

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