INCAPACIDADE FUNCIONAL NA DOENÇA DE HANSEN – ESTUDO RETROSPECTIVO, DESCRITIVO, E ANALÍTICO DE 243 DOENTES TRATADOS ANTES E DEPOIS DA TERAPÊUTICA DA OMS

  • André Laureano Interno do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology; Master of Science (MSc) in Dermoscopy and Preventive Dermato-Oncology, Medical University of Graz, Austria
  • Raquel Vieira Assistente Hospitalar Graduada de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology
  • Sandra Medeiros Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia, Hospital Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Portugal
  • Fernando Assis Pacheco Chefe de Serviço de Dermatologia e Venereologia/Chief of Dermatology Department
  • Jorge Cardoso Chefe de Serviço de Dermatologia e Venereologia, Director do Serviço/Chief and Head of Dermatology Department, Serviço de Dermatologia, Hospital de Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, Portugal
Palavras-chave: Lepra, Actividade motora, Avaliação da incapacidade, Organização Mundial de Saúde

Resumo

Introdução: A doença de Hansen pode resultar em incapacidade funcional pelo compromisso do sistema nervoso periférico. A prevenção de incapacidade constitui o objectivo dos actuais programas de tratamento, nomeadamente da terapêutica tripla da Organização Mundial de Saúde.

Objectivos: Caracterizar e comparar dois grupos de doentes de Hansen, tratados antes (“antigos”) e depois (“recentes”) da introdução da terapêutica tripla da Organização Mundial de Saúde, analisando o benefício desta na redução de incapacidade. Identificar as características dos doentes mais favorecidos nesta potencial redução e, nos doentes “recentes”, determinar se o prolongamento da duração da terapêutica beneficia a redução de incapacidade.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo e comparativo de 243 doentes, distribuídos em dois grupos, 164 “antigos” e 79 “recentes”, caracterizados quanto ao sexo, idade à data do diagnóstico, intervalo entre início de sintomas e diagnóstico, forma clínica (Ridley e Jopling), ocorrência de reacção, índice bacteriológico (IB) inicial, presença de sintomas neurológicos iniciais, duração da terapêutica anti-leprótica e presença e grau de incapacidade.

Resultados: A comparação da presença de incapacidade nos dois grupos mostrou que esta é mais elevada nos doentes “antigos”, sendo significativamente superior no sexo masculino, forma lepromatosa borderline, ocorrência de reacção, IB inicial positivo e com sintomas neurológicos iniciais. A incapacidade grau 2 é também significativamente superior nos doentes “antigos” . Nos doentes “recentes” não se verificou relação entre a duração da terapêutica da Organização Mundial de Saúde e a presença de incapacidade.

Conclusão: A prevenção e redução de incapacidade na doença de Hansen é possível através de um diagnóstico precoce e tratamento adequado com a terapêutica tripla da Organização Mundial de Saúde.

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Publicado
2014-10-12
Como Citar
Laureano, A., Vieira, R., Medeiros, S., Pacheco, F. A., & Cardoso, J. (2014). INCAPACIDADE FUNCIONAL NA DOENÇA DE HANSEN – ESTUDO RETROSPECTIVO, DESCRITIVO, E ANALÍTICO DE 243 DOENTES TRATADOS ANTES E DEPOIS DA TERAPÊUTICA DA OMS. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 72(3), 325-331. https://doi.org/10.29021/spdv.72.3.274
Secção
Artigos Originais