TINHAS DO COURO CABELUDO – ESTUDO RETROSPETIVO DE 5 ANOS (2008-2012) NO HOSPITAL SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS

  • Sara Campos Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology
  • Sara Lestre Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/ Consultant, Dermatology and Venereology
  • Célia Galhardas Técnica de Diagnóstico e Terapêutica/ Medical Diagnostic and Therapeutic Technologist
  • Margarida Apetato Chefe de Serviço de Dermatologia e Venereologia, Director do Serviço/Chief and Head of Dermatology Department, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital Santo António dos Capuchos, Lisboa, Portugal
Palavras-chave: Tinha do couro cabeludo, Estudo retrospetivo, Portugal

Resumo

Introdução: A tinha do couro cabeludo é a infeção fúngica mais frequente em crianças. Estudos recentes, realizados em Portugal, têm demonstrado diferenças epidemiológicas regionais importantes, em particular no que diz respeito aos dermatófitos responsáveis pelas tinhas do couro cabeludo.

Métodos: O nosso estudo teve como objetivo a caracterização epidemiológica das tinhas do couro cabeludo diagnosticadas no Serviço de Dermatologia do Hospital dos Capuchos entre 2008 e 2012 através da análise retrospetiva dos resultados das culturas realizadas em doentes com suspeita de tinha do couro cabeludo durante este período.

Resultados: Foram estudadas 935 amostras, com 556 (59,3%) culturas positivas. A população estudada tinha uma idade média de 5,4 anos e era predominantemente do sexo masculino (63,7%) e de raça negra (81,3%). Foram isoladas oito espécies de dermatófitos, sendo que, M. audouinii foi a espécie dominante (57,7%), seguido de T. soudanense (28,8%). Tanto as infeções por M. audouinii como por T. soudanense ocorreram maioritariamente em doentes de raça negra (80,1% e 53,8%, respetivamente). Por sua vez, a infeção por M. canis, foi mais comum na raça caucasiana (76,9%).

Conclusão: Este estudo demonstrou um claro predomínio de espécies antropofílicas, sendo o M. audouinii e T. soudanense responsáveis por cerca de 87% das tinhas do couro cabeludo. O facto de a nossa população ser, maioritariamente, de raça negra pode justificar estes resultados, bem como, as diferenças encontradas em relação a outros estudos realizados em Portugal.

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Publicado
2014-10-12
Como Citar
Campos, S., Lestre, S., Galhardas, C., & Apetato, M. (2014). TINHAS DO COURO CABELUDO – ESTUDO RETROSPETIVO DE 5 ANOS (2008-2012) NO HOSPITAL SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 72(3), 333-340. https://doi.org/10.29021/spdv.72.3.275
Secção
Artigos Originais