HISTIOCITOFIBROMA NA FACE – UM DIAGNÓSTICO INESPERADO

  • Catarina Araújo Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Hospital of Braga
  • M. A. Henriques Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Hospital of Egas Moniz, Lisboa
  • Esmeralda Vale Assistente Hospitalar Graduada Sénior, Laboratório de Dermatopatologia / Dermatologist and Dermatopathologist, Graduate Assistant of Dermatology and Venereology, Head of the Dermatological Center, Centro de Dermatologia Médico-Cirúrgica de Lisboa, Portugal
  • Isabel Viana Assistente Hospitalar Graduada, Laboratório de Dermatopatologia/Graduate Assistant of Dermatology and Venereology, Centro de Dermatologia Médico-Cirúrgica de Lisboa, Portugal Assistente Hospitalar Graduada, Laboratório de Dermatopatologia, Directora do Serviço de Dermatologia e Venereologia/Graduate Assistant of Dermatology and Venereology Consultant Chief, Head of Department of Dermatology and Venereology, Hospital Egas Moniz, Lisboa
Palavras-chave: Histiocitoma fibroso benigno, Face

Resumo

Introdução: O histiocitofibroma é um dos tumores cutâneos benignos mais frequentes que ocorre sobretudo nas extremidades. A localização na face é rara onde estão descritas variantes mais agressivas e maior recorrência local.

Métodos: Efetuou-se um estudo clínico-patológico retrospetivo, de histiocitofibromas da face diagnosticados nos laboratórios de Dermatopatologia do Serviço de Dermatologia do Hospital Egas Moniz e do Centro de Dermatologia Médico-Cirúrgica de Lisboa, entre Janeiro de 2001 e Dezembro de 2012.

Resultados: Num total de 1307 histiocitofibromas (qualquer localização) detectaram-se 12 histiocitofibromas da face. As lesões ocorreram em 8 mulheres e 4 homens (idade média - 48.9 anos). A localização preferencial foi o nariz (4 casos) seguido da região mentoniana (3 casos), interciliar (3 casos), infraorbitária (1 caso) e pavilhão auricular (1 caso). O diagnóstico clínico mais frequente foi de quisto epidermóide (5 casos). Histologicamente a maioria (10 casos) atingia a derme profunda e 6 casos apresentavam padrão morfológico comum. Em três casos observou-se variante de histiocitofibroma celular, em dois casos variante aneurismática e num caso variante hemossiderótica. Em cinco casos foi observado pleomorfismo discreto e mitoses. Não foram identificados necrose e/ou invasão vascular ou nervosa. Em sete lesões realizou-se estudo imunohistoquímico para diagnóstico diferencial com outros tumores, nomeadamente dermatofibrossarcoma protuberans e leiomiossarcoma.

Conclusão: Na maioria dos casos a concordância com o diagnóstico clínico não foi observada. Em comparação com a forma comum de histiocitofibroma há maior envolvimento de estruturas profundas, densidade celular e pleomorfismo pelo que é necessário maior vigilância clínica e excisão com maior margem de segurança.

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Publicado
2015-06-06
Como Citar
Araújo, C., Henriques, M. A., Vale, E., & Viana, I. (2015). HISTIOCITOFIBROMA NA FACE – UM DIAGNÓSTICO INESPERADO. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 73(1), 79-88. https://doi.org/10.29021/spdv.73.1.346
Secção
Artigos Originais