ECZEMA DE CONTACTO ALÉRGICO A ARTROPLASTIAS – UMA RARIDADE OU UMA ENTIDADE SUBDIAGOSTICADA?

  • Cristina Resende Interna de Dermatologia e Venereologia /Resident, Dermatology and Venereology. Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga
  • R. Santos Interno de Dermatologia e Venereologia /Resident, Dermatology and Venereology. Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga
  • T. Pereira Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/ Consultant Dermatology and Venereology Serviço de Dermatologia e Venereologia do Hospital de Braga
  • C. Araújo Interno de Dermatologia e Venereologia /Resident, Dermatology and Venereology. Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga
  • N. Tavares Assistente Hospitalar de Ortopedia/ Consultant Orthopedics. Serviço de Ortopedia do Hospital de Braga
  • C. Brito Chefe de Serviço, Diretora do Serviço de Dermatologia e Venereologia, Consultant Chief, Head of Department of Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia do Hospital de Braga, Portugal
Palavras-chave: Artroplastia de substituição, Dermatite alérgica de contacto, Testes epicutâneos

Resumo

Introdução: O eczema de contacto alérgico aos constituintes das próteses ocorre em 1-5% dos doentes e pode ser a causa de falência das artroplastias. Os metais sensibilizantes mais comuns são o níquel, o cobalto e o crómio.

Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes com artroplastias, submetidos a testes epicutâneos nos últimos 2 anos, com suspeita clinica de eczema de contacto alérgico. Efectuaram-se testes com a bateria padrão do Grupo Português de Estudo das Dermites de Contacto e as baterias complementares de metais, acrilatos/metacrilatos e antibióticos tópicos.

Resultados: Foram testados 14 doentes: 10 submetidos a artroplastias do joelho, 3 da anca e 1 do tornozelo. A média de idades foi de 61,6 anos, sendo que 12 eram do sexo feminino. Todos os doentes apresentavam limitação funcional das articulações. A sintomatologia apareceu em média 14,4 meses após a cirurgia. Nove doentes obtiveram positividade ao níquel, 5 ao cobalto, 1 ao crómio, 1 à gentamicina e neomicina. Nesses casos, optou-se pela cirurgia de revisão com substituição por componentes em oxinium e/ou titânio, com melhoria dos sinais inflamatórios.

Discussão: Esta revisão mostrou a importância da realização de testes epicutâneos nos doentes com sinais clínicos de falência das artroplastias. Observou-se melhoria das queixas e dos sinais inflamatórios em todos os doentes com sensibilização aos constituintes das artroplastias após a sua substituição. Permanece controverso se os doentes com suspeita de eczema de contacto alérgico a artroplastias deverão ser testados apenas com os seus constituintes ou com uma bateria alargada de alergénios.

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Referências

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Publicado
2015-06-06
Como Citar
Resende, C., Santos, R., Pereira, T., Araújo, C., Tavares, N., & Brito, C. (2015). ECZEMA DE CONTACTO ALÉRGICO A ARTROPLASTIAS – UMA RARIDADE OU UMA ENTIDADE SUBDIAGOSTICADA?. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 73(1), 123-126. https://doi.org/10.29021/spdv.73.1.353
Secção
Grupo Português de Estudo das Dermites de Contacto (GPEDC)