RECIDIVA DE MELANOMA APÓS TÉCNICA DO GÂNGLIO SENTINELA NEGATIVA - ESTUDO RETROSPECTIVO

  • Helena Toda-Brito Interna de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia/ Dermatology Department, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
  • Teresa Rodrigues Laboratório de Biomatemática, Faculdade de Medicina de Lisboa/Biomathematical Laboratory, Faculty of Medicine of Lisbon, Portugal
  • Ermelindo Tavares Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia/Dermatology Department, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
  • Joana Parente Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia/Dermatology Department, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
  • César Martins Assistente Hospitalar Graduado de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia/Dermatology Department, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
  • Luís Ferreira Assistente Hospitalar Graduado de Cirurgia Geral/Graduated Consultant, General Surgery; Serviço de Cirurgia Geral/General Surgery Department, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
Palavras-chave: Melanoma, Neoplasias da pele, Biópsia do gânglio sentinela, Recidiva local de neoplasia

Resumo

Introdução: A técnica do gânglio sentinela constitui uma ferramenta importante para o estadiamento dos doentes com melanoma, permitindo identificar metástases ganglionares regionais ocultas e evitar linfadenectomias desnecessárias.

Objectivo: Analisar os padrões de recidiva do melanoma em doentes com um resultado negativo na técnica do gânglio sentinela e identificar as características clínicas e histopatológicas potencialmente preditivas de recidiva após técnica do gânglio sentinela negativa.

Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo em doentes com melanoma cutâneo submetidos a técnica do gânglio sentinela no Serviço de Dermatologia do Hospital Distrital de Santarém, entre 2005 e 2011.

Resultados: Foram avaliados 96 doentes submetidos a técnica do gânglio sentinela. Destes, 29 doentes obtiveram resultado positivo, 66 tiveram resultado negativo e um doente obteve resultado inconclusivo. Dos 66 doentes com técnica do gânglio sentinela negativa, 11 (16,7% do total de resultados negativos) desenvolveram recidiva do melanoma aos 21,7 meses de mediana de seguimento (intervalo, 8-51 meses). Comparativamente ao grupo de doentes sem recidiva, estes doentes tinham idade mais avançada ao diagnóstico (média de idade de 71,8 vs 62,9 anos; p=0,021), eram predominantemente do sexo masculino (54,5% vs 29,1%: p=0,159) e apresentavam lesões primárias mais espessas (espessura mediana de 2,92 vs 1,80 mm; p=0,087), mais frequentemente ulceradas (63,6% vs 38,1%; p=0,177) e com invasão vascular/perineural (40% vs 13%; p=0,207). O melanoma nodular foi a variante clínica mais prevalente neste grupo (54,5%), enquanto no grupo sem recidiva predominou o tipo extensão superficial (50,9%).

Conclusões: Globalmente, a recidiva de melanoma após um resultado negativo na técnica do gânglio sentinela (16,7%) foi semelhante à dos estudos previamente publicados. Identificámos como possíveis factores preditivos de recidiva, apesar de um resultado negativo na técnica do gânglio sentinela: idade mais avançada no diagnóstico, sexo masculino, espessura de Breslow superior, presença de ulceração, presença de invasão vascular/perineural e variante nodular.

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Publicado
2015-07-01
Como Citar
Toda-Brito, H., Rodrigues, T., Tavares, E., Parente, J., Martins, C., & Ferreira, L. (2015). RECIDIVA DE MELANOMA APÓS TÉCNICA DO GÂNGLIO SENTINELA NEGATIVA - ESTUDO RETROSPECTIVO. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 73(2), 227-235. https://doi.org/10.29021/spdv.73.2.369
Secção
Artigos Originais