LÍQUEN ESCLEROSO DA VULVA – REVISÃO DE 208 CASOS

  • Ermelindo Torres Interno(a) do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident Dermatology and Venereology
  • Joana Parente Interno(a) do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident Dermatology and Venereology
  • J. C. Almeida Dermatologista, Ex-Director do Serviço de Dermatologia e Venereologia/Dermatologist, Past Director of Dermatology and Venereology Department, Ex-presidente honorário/Past Honorary President, International Society of Cryosurgery (ISC)
  • José Teixeira Assistente de Ginecologia e Obstetrícia/Consultant, Gynecology and Obstetrics, Director do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia/Director of the Gynecology and Obstetrics Department
  • César Martins Assistente Graduado de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology Consulta de Patologia Vulvar, Hospital Distrital de Santarém, Portugal
  • João Aranha Assistente Graduado de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology Consulta de Patologia Vulvar, Hospital Distrital de Santarém, Portugal

Resumo

Introdução: O líquen escleroso (LE) é uma dermatose inflamatória crónica idiopática com predilecção ano- genital, sendo mais comum na mulher no período pós-menopausa.

Objectivos: Análise retrospectiva dos casos de LE vulvar diagnosticados e tratados na consulta de Patologia Vulvar, entre 1986 e 2004.

Material e Métodos: Um total de 208 caucasianas foi incluído no estudo. Foram consultados processos clínicos e realizado estudo estatístico das variáveis idade, localização, sintomas e sinais clínicos, associação com outras patologias, tratamento, follow-up e complicações.

Resultados: A duração média do LE foi de 6,3 anos. A idade média das mulheres à data do diagnóstico foi de 59,6 anos e à data do desenvolvimento dos sintomas de 53 anos. Cento e oitenta e duas (87,5%) encontravam-se no período pós-menopausa. O prurido foi o sintoma predominante (90,9%). Apenas 39 (18,8%) doentes não apresentavam atrofia vulvar e 142 (68,2%) não tinham envolvimento do intróito vaginal. O exame histológico confirmou LE em 185 (93,9%) e foi compatível nos restantes 12 (6,1%). O propionato de testosterona (PT) foi utilizado em 88 (42,3%) casos, os corticói- des tópicos em 24 (11,5%) e ambos em 76 (36,6%). O follow-up médio foi de 9,5 anos. Nove (4,3%) mulheres desenvol- veram CEC vulvar, sendo a idade média das mesmas ao diagnóstico de 68,2 anos.

Conclusões: O LE predominou no período pós-menopausa. O prurido e atrofia vulvar foram os achados clínicos mais frequentes. A maior parte dos casos foi confirmado por histologia. O PT tópico foi a arma terapêutica mais usada. A malignização ocorreu em nove casos.

PALAVRAS-CHAVE – Vulva; Líquen Escleroso; Propionato de Testosterona; Corticóides; Carcinoma Espinocelular.

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Publicado
2013-01-20
Como Citar
Torres, E., Parente, J., Almeida, J. C., Teixeira, J., Martins, C., & Aranha, J. (2013). LÍQUEN ESCLEROSO DA VULVA – REVISÃO DE 208 CASOS. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 70(1), 81. https://doi.org/10.29021/spdv.70.1.41
Secção
Artigos Originais