Elevada Incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis em Doentes com Infecção por VIH

  • Telma Azevedo Serviço de Doenças Infecciosas e Medicina Tropical/Department of Infectious Diseases and Tropical Medicine, Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, Portugal
  • Ana Brasileiro Serviço de Dermatologia/Department of Dermatology, Hospital dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Fernando Borges Serviço de Doenças Infecciosas e Medicina Tropical/Department of Infectious Diseases and Tropical Medicine, Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, Portugal
  • Kamal Mansinho Serviço de Doenças Infecciosas e Medicina Tropical/Department of Infectious Diseases and Tropical Medicine, Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, Portugal
  • Irene Santo Centro de Doenças Sexualmente Transmissíveis/STD Center, Centro de Saúde da Lapa, Lisboa, Portugal
  • Jacinta Azevedo Centro de Doenças Sexualmente Transmissíveis/STD Center, Centro de Saúde da Lapa, Lisboa, Portugal
Palavras-chave: Comportamento Sexual, Doenças Sexualmente Transmissíveis, Infecções por VIH

Resumo

Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são um importante problema de saúde e aumentam o risco de adquirir o vírus da imunodeficiência humana (VIH). O objectivo foi identificar as ISTs diagnosticadas em doentes com infecção VIH conhecida e nos com diagnóstico de novo.

Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos dos utentes que recorreram a uma clínica especializada em IST de 2009 a 2013.

Resultados: Foram incluídos 680 doentes, correspondendo a 8% dos observados no período de estudo. A maioria (638, 92%) era do sexo masculino e homens que têm sexo com homens (489, 72%). Quase metade (304, 45%) eram migrantes. Do total, 270 (40%) dos doentes tiveram diagnóstico de pelo menos uma IST, sendo sífilis a mais comum (123, 18%), seguida por infecção por Chlamydia trachomatis (46, 7%), Neisseria gonorrhoeae (42, 6%) e condilomas genitais (32, 5%). Relativamente à infecção VIH, 329 (48%) doentes tinham infecção conhecida e 351 (52%) foram diagnosticados de novo. Estes eram significativamente mais jovens e recorreram mais frequentemente para rastreio. Nos doentes com infecção VIH conhecida encontrou-se maior frequência de antecedentes pessoais de IST, referenciação por parceiros, sintomatologia e diagnóstico de novas ISTs.

Conclusões: Foi diagnosticada pelo menos uma IST (excepto VIH) em 40% dos indivíduos observados. Tal facto representa um problema importante não só porque uma IST concomitante aumenta o risco de aquisição de VIH (para os indivíduos diagnosticados de novo), mas também porque demonstra que os indivíduos com infecção VIH conhecida mantêm um padrão comportamental de elevado risco.

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Publicado
2017-04-17
Como Citar
Azevedo, T., Brasileiro, A., Borges, F., Mansinho, K., Santo, I., & Azevedo, J. (2017). Elevada Incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis em Doentes com Infecção por VIH. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 75(1), 59-63. https://doi.org/10.29021/spdv.75.1.719
Secção
Grupo para o Estudo e Investigação das Doenças Sexualmente Transmissíveis (GEIDST)