Escabiose: Revisão e Foco na Realidade Portuguesa
Resumo
Introdução: A escabiose é uma infestação cutânea parasitária comum nos cuidados de saúde primários, pediatria e dermatologia. Apesar de não ser ameaçadora da vida, tem elevada morbilidade e impacto na qualidade de vida. Nos países em desenvolvimento, a escabiose está associada a altas taxas de sobreinfeção cutânea bacteriana, nomeadamente de impetigo.
Objetivos: Rever os aspetos gerais da escabiose, com particular enfâse no diagnóstico e tratamento. Analisar a realidade epidemiológica nacional e internacional e as opções terapêuticas disponíveis em Portugal.
Material e métodos: Revisão narrativa da literatura científica, incluindo livros e bases de dados científicas (PubMed/Medline, Cochrane, UpToDate, IndexRMP).
Discussão: A escabiose é uma dermatose com características clínicas muito típicas, nomeadamente, o prurido frequente, a aparência das lesões cutâneas e sua distribuição, e a presença de contexto epidemiológico. O tratamento eficaz do doente e dos contactos próximos é dependente de um reconhecimento atempado da doença, sendo fundamental evitar atrasos no diagnóstico, baixa adesão ao tratamento e sua aplicação incorreta.
Conclusão: Atendendo à eficácia e toxicidade das várias opções terapêuticas, a permetrina a 5% e a ivermectina oral são consideradas de primeira linha. Contudo, em Portugal, pela ausência de comercialização destas, o mais usado é o benzoato de benzilo. A explicação cuidadosa e correta do tratamento ao doente tem um papel essencial para o seu sucesso. Em Portugal, seria útil e aconselhável haver uma notificação dos casos de escabiose.
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