Escabiose: Revisão e Foco na Realidade Portuguesa

  • Felicidade Santiago Assistente Hospitalar de Dermatologia/Consultant of Dermatology, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar de Leiria, Leiria, Portugal
  • Gustavo Januário Assistente Hospitalar de Pediatria/Pediatric Consultant, Unidade de Infeciologia e Serviço de Urgência, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
Palavras-chave: Benzoatos, Escabiose, Ivermectina, Permetrina, Portugal

Resumo

Introdução: A escabiose é uma infestação cutânea parasitária comum nos cuidados de saúde primários, pediatria e dermatologia. Apesar de não ser ameaçadora da vida, tem elevada morbilidade e impacto na qualidade de vida. Nos países em desenvolvimento, a escabiose está associada a altas taxas de sobreinfeção cutânea bacteriana, nomeadamente de impetigo.

Objetivos: Rever os aspetos gerais da escabiose, com particular enfâse no diagnóstico e tratamento. Analisar a realidade epidemiológica nacional e internacional e as opções terapêuticas disponíveis em Portugal.

Material e métodos: Revisão narrativa da literatura científica, incluindo livros e bases de dados científicas (PubMed/Medline, Cochrane, UpToDate, IndexRMP).

Discussão: A escabiose é uma dermatose com características clínicas muito típicas, nomeadamente, o prurido frequente, a aparência das lesões cutâneas e sua distribuição, e a presença de contexto epidemiológico. O tratamento eficaz do doente e dos contactos próximos é dependente de um reconhecimento atempado da doença, sendo fundamental evitar atrasos no diagnóstico, baixa adesão ao tratamento e sua aplicação incorreta.

Conclusão: Atendendo à eficácia e toxicidade das várias opções terapêuticas, a permetrina a 5% e a ivermectina oral são consideradas de primeira linha. Contudo, em Portugal, pela ausência de comercialização destas, o mais usado é o benzoato de benzilo. A explicação cuidadosa e correta do tratamento ao doente tem um papel essencial para o seu sucesso. Em Portugal, seria útil e aconselhável haver uma notificação dos casos de escabiose.

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Publicado
2017-07-20
Como Citar
Santiago, F., & Januário, G. (2017). Escabiose: Revisão e Foco na Realidade Portuguesa. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 75(2), 129-137. https://doi.org/10.29021/spdv.75.2.767
Secção
Artigo de Revisão