MORFEIA LINEAR E LÍQUEN ESCLEROSO GENITAL – UMA ASSOCIAÇÃO A TER EM MENTE

  • Neide Pereira Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology - Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
  • Rita Cabral Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology - Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
  • Margarida Gonçalo Chefe de Serviço de Dermatologia e Venereologia /Consultant Chief, Dermatology and Venereology Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal

Resumo

Introdução: A coexistência de morfeia e líquen escleroso, na maioria dos casos com localização extrage- nital, tem sido relatada na literatura.
Caso Clínico: Doente do sexo feminino, de 58 anos, seguida desde 1998 na consulta de Dermatologia, por placas escleróticas de configuração linear, que evoluíram para atrofia profunda, localizadas ao hemicorpo direito e cujo es- tudo histopatológico foi compatível com o diagnóstico clínico de morfeia linear. Nove anos mais tarde, sobre as áreas atróficas residuais surgiram pequenas lesões branco-nacaradas agrupadas em placa cuja histologia foi compatível com líquen escleroso. Simultaneamente, a nível vulvar, foram observadas placas branco-nacaradas, mal delimitadas, condicionando atrofia dos pequenos lábios, clínica e histologicamente compatível com líquen escleroso genital (LEG), tendo-se obtido uma boa resposta ao tratamento com corticóides tópicos.

Discussão: Recentemente verificou-se que 38% dos doentes com morfeia sofrem de LEG, sugerindo que as duas doenças podem ter mecanismos comuns ou que o LEG seja a manifestação genital da morfeia. Reforçamos a neces- sidade de examinar a genitália dos doentes com morfeia dada a morbilidade e o risco de carcinoma espinhocelular associado ao LEG.

PALAVRAS-CHAVE – Esclerodermia linear; Esclerodermia em placas; Líquen escleroso extragenital; Líquen esclero- so genital. 

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2013-04-20
Como Citar
Pereira, N., Cabral, R., & Gonçalo, M. (2013). MORFEIA LINEAR E LÍQUEN ESCLEROSO GENITAL – UMA ASSOCIAÇÃO A TER EM MENTE. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 70(4), 505-509. https://doi.org/10.29021/spdv.70.4.105
Secção
Casos Clínicos