MORFEIA LINEAR E LÍQUEN ESCLEROSO GENITAL – UMA ASSOCIAÇÃO A TER EM MENTE
Resumo
Introdução: A coexistência de morfeia e líquen escleroso, na maioria dos casos com localização extrage- nital, tem sido relatada na literatura.
Caso Clínico: Doente do sexo feminino, de 58 anos, seguida desde 1998 na consulta de Dermatologia, por placas escleróticas de configuração linear, que evoluíram para atrofia profunda, localizadas ao hemicorpo direito e cujo es- tudo histopatológico foi compatível com o diagnóstico clínico de morfeia linear. Nove anos mais tarde, sobre as áreas atróficas residuais surgiram pequenas lesões branco-nacaradas agrupadas em placa cuja histologia foi compatível com líquen escleroso. Simultaneamente, a nível vulvar, foram observadas placas branco-nacaradas, mal delimitadas, condicionando atrofia dos pequenos lábios, clínica e histologicamente compatível com líquen escleroso genital (LEG), tendo-se obtido uma boa resposta ao tratamento com corticóides tópicos.
Discussão: Recentemente verificou-se que 38% dos doentes com morfeia sofrem de LEG, sugerindo que as duas doenças podem ter mecanismos comuns ou que o LEG seja a manifestação genital da morfeia. Reforçamos a neces- sidade de examinar a genitália dos doentes com morfeia dada a morbilidade e o risco de carcinoma espinhocelular associado ao LEG.
PALAVRAS-CHAVE – Esclerodermia linear; Esclerodermia em placas; Líquen escleroso extragenital; Líquen esclero- so genital.
Downloads
Todos os artigos desta revista são de acesso aberto sob a licença internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 (CC BY-NC 4.0).