Biópsia de Gânglio Sentinela no Melanoma Maligno Cutâneo da Cabeça e Pescoço

  • Ana Marta António Interna do Internato de Formação Específica em Dermatovenereologia, Serviço de Dermatovenereologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
  • Cecília Moura Assistente Hospitalar Graduada Sénior de Dermatovenereologia, Serviço de Dermatologia, Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, (IPOLFG), Lisboa, Portugal
  • Carina Semedo Assistente Hospitalar de Cirurgia Maxilo-Facial, Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, IPOLFG, Lisboa, Portugal
  • Sandra Bitoque Assistente Hospitalar de Cirurgia Maxilo-Facial, Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, IPOLFG, Lisboa, Portugal
  • Mariluz Martins Assistente Hospitalar Graduada de Estomatologia, Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, IPOLFG, Lisboa, Portugal
  • Miguel Vilares Assistente Hospitalar Graduado de Cirurgia Maxilo-Facial, Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, IPOLFG, Lisboa, Portugal
  • Manuela Pecegueiro Assistente Hospitalar Graduada e Diretora de Serviço de Dermatovenereologia, Serviço de Dermatologia, IPOLFG, Lisboa, Portugal
  • Jorge Rosa Santos Assistente Hospitalar Graduado Sénior e Diretor de Serviço de Cirurgia Maxilo-Facial, Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, IPOLFG, Lisboa, Portugal
Palavras-chave: Biópsia do Gânglio Sentinela, Melanoma, Neoplasias da Cabeça e do Pescoço, Neoplasias da Pele

Resumo

Introdução: A biópsia do gânglio sentinela é uma técnica reconhecida no tratamento do melanoma maligno. O objetivo deste estudo foi caracterizar esta técnica num grupo de doentes com melanoma maligno da cabeça e pescoço tratados num centro de referência.

Métodos: Foi realizado um estudo unicêntrico, retrospetivo dos doentes com melanoma maligno cutâneo da cabeça e pescoço submetidos a biópsia do gânglio sentinela no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Português de Oncologia de Lisboa entre janeiro de 2010 e dezembro de 2017. Foi analisada informação relativa à localização do melanoma, identificação do gânglio sentinela, número e localização dos gânglios excisados e presença de metástases.

Resultados: 98 doentes foram elegíveis para realização de biópsia do gânglio sentinela durante o período de estudo. As localizações mais frequentes foram o couro cabeludo (24,5%) e a região auricular (23,5%) e as variantes mais frequentes foram o melanoma de extensão superficial (40,8%) e o melanoma nodular (30,6%). Foi identificado gânglio sentinela em 78 doentes. Foram excisados em média 3,8 gânglios/ doente e em 16,7% dos doentes em mais que um nível ganglionar. Os níveis ganglionares envolvidos foram a parótida (39,8%), o nível II (29,5%) e o nível V (18,2%). Foram identificadas metástases no gânglio sentinela em 13 doentes (16,7%).

Conclusão: A abordagem cirúrgica do melanoma maligno da cabeça e pescoço é complexa. A vascularização linfática redundante pode originar múltiplos gânglios sentinela e em mais que um nível de drenagem e facilitar a ocorrência de falsos-negativos com implicação prognóstica. Independentemente do resultado do gânglio sentinela todos os doentes devem ter um seguimento cuidadoso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Eggermont AMM, Spatz A, Robert C. Cutaneous Melanoma. Lancet. 2014; 383:816-27.

Gershenwald JE, Scolyer RA, Hess KR, Sondak VK, Long GV, Ross MI, et al. Melanoma staging: Evidence-based changes in the American Joint Committee on Cancer eighth edition cancer staging manual. CA Cancer J Clin. 2017; 67:472-492.

Monroe MM, Pattisapu P, Myers JN, Kupferman ME. Sentinel Lymph Node Biopsy Provides Prognostic Value in Thick Head and Neck Melanoma. Otolaryngol Head Neck Surg. 2015; 153:372-8

Morton DL, Wen DR, Wong JH, Economou JS, Cagle LA, Storm FK, et al. Technical details of intraoperative lymphatic mapping for early stage melanoma. Arch Surg. 1992; 127:392-9

Bree R, Nieweg OE. The history of sentinel node biopsy in head and neck cancer: From visualization of lymphatic vessels to sentinel nodes. Oral Oncol. 2015; 51:819-23.

Schmalbach CE, Bradford CR. Is sentinel lymph node biopsy the standard of care for cutaneous head and neck melanoma? Laryngoscope. 2015; 125: 153-60.

Larson DL, Larson JD. Head and neck melanoma. Clin Plast Surg. 2010; 37: 73-7.

Oliveira M, Cabete J, Semedo C, Vilares M, Coelho C, Vital DP, et al. Regional Neck Metastization of Head and Neck skin Cancer. Revista SPDV. 2017; 75:27-35.

Lin D, Franc BL, Kashani-Sabet M, Singer MI. Lymphatic drainage patterns of head and neck cutaneous melanoma observed on lymphoscintigraphy and sentinel node biopsy. Head and Neck. 2006; 28:249-55.

Vidal M, Vidal-Sicart S, Torres F, Ruiz DM, Paredes P, Pons F. Correlation between theoretical anatomical patterns of lymphatic drainage, and lymphoscintigraphy findings during sentinel node detection in head and neck melanomas. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2016; 43:626-34.

Madu MF, Wouters MW, van Akkooi AC. Sentinel node biopsy in melanoma: Current controversies addressed. Eur J Surg Oncol. 2017; 43:517-33.

Lee DY, Huynh KT, Teng A, Lau BJ, Vitug S, Lee JH, et al. Predictors and survival impact of false-negative sentinel nodes in melanoma. Ann Surg Oncol. 2016; 23:1012-8.

Stewart CL, Gleisner A, Kwak J, Chapman B, Pearlman N, Gajdos Csaba, et al. Implications of Sentinel Lymph Node Drainage to Multiple Basins in head an Neck Melanoma. Ann Surg Oncol. 2017; 24: 1386-91.

Morton DL, Thompson JF, Cochran AJ, Mozzillo N, Elashoff R, Essner R, et al. Sentinel-node biopsy or nodal observation in melanoma. N Engl J Med. 2006; 355:1307-1317.

Erman AB, Collar RM, Griffith KA, Lowe L, Sabel MS, Bichakjian CK, et al. Sentibel lymph node biopsy is accurate and prognostic in head and neck melanoma. Cancer. 2012; 118:1040-47.

Evrard D, Routier E, Mateus C, Tomasic G, Lombroso J, Kolb F, et al. Sentinel lymph node biopsy in cutaneous head and neck melanoma. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2018; 275: 1271-79.

De Rosa N, Lyman GH, Silbermins D, Valsecchi ME, Pruitt SK, Tyler DM, et al. Sentinel node biopsy for head and neck melanoma: a systematic review. Otolaryngol Head Neck Surg 2011; 145: 375-382.

Publicado
2019-07-12
Como Citar
António, A. M., Moura, C., Semedo, C., Bitoque, S., Martins, M., Vilares, M., Pecegueiro, M., & Rosa Santos, J. (2019). Biópsia de Gânglio Sentinela no Melanoma Maligno Cutâneo da Cabeça e Pescoço. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 77(2), 129-133. https://doi.org/10.29021/spdv.77.2.1055
Secção
Artigos Originais