Púrpura Fulminante numa Jovem de 20 Anos

  • Francisca Alves Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-9234-6070
  • Maria Manuel Brites Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Inês Coutinho Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5371-7465
Palavras-chave: Deficiência de Proteína C, Proteína S, Púrpura Fulminante

Resumo

Apresentamos o caso de uma jovem do sexo feminino, de 20 anos de idade, previamente saudável, que se apresentou com lesões muito extensas de púrpura retiforme localizadas na face, membros superiores e inferiores, uma semana após um episódio de amigdalite aguda. Apesar das lesões cutâneas exuberantes que evoluiram para necrose cutânea, a doente não apresentava qualquer sintomatologia associada. A investigação laboratorial revelou uma mutação em heterozigotia da proteína C (exon 9, c.1332G> C, p.Trp444Cys), condicionando um deficit parcial desta proteína anticoagulante. Iniciou antibioticoterapia de largo espectro, anticoagulação e corticoterapia sistémica, sem progressão das lesões no imediato, e resolução completa das ulcerações em 6 meses.

Este é um caso singular de púrpura fulminante, visto que que dois fatores etiológicos diferentes precipitaram os eventos. A amigdalite prévia rela- tada pela doente é significativa, pois a concentração sérica da proteína S também pode diminuir após um evento infeccioso - purpura fulminans pós-infecciosa. Este caso ilustra que a púrpura fulminante decorrente de auto-anticorpos contra a proteína S, embora rara, deve ser considerada, principalmente na ausência de infecção aguda grave. Também evidencia como, em um determinado doente, diferentes fatores independentes podem atuar simultaneamente, desencadeando cenários clínicos potencialmente devastadores.

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Referências

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Publicado
2021-12-27
Como Citar
Alves, F., Brites, M. M., & Coutinho, I. (2021). Púrpura Fulminante numa Jovem de 20 Anos. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 79(4), 369-371. https://doi.org/10.29021/spdv.79.4.1385
Secção
Casos Clínicos