Epidemiologia e Avaliação de Métodos Diagnósticos em Micoses Superficiais em Serviço de Dermatologia de Hospital Público em Santos, Brasil

Palavras-chave: Dermatomicoses/diagnóstico, Dermatomicoses/epidemiologia

Resumo

Introdução: Micoses superficiais são infecções fúngicas causadas principalmente por dermatófitos, leveduras e fungos filamentosos não dermatófitos, que acometem as camadas mais superficiais da pele e seus anexos. Apresentam alta prevalência em todo o mundo.
O objectivo deste estudo é avaliar a epidemiologia das micoses superficiais, assim como o índice de concordância entre o exame micológico direto e a cultura para fungos.

Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo realizado no ambulatório de Dermatologia de hospital terciário, num intervalo de 6 anos. Para a elu- cidação diagnóstica, foi realizada colheita de material através de raspagem ou curetagem, para posterior análise por exame micológico direto e cultura para fungos.

Resultados: Foram incluídas 439 amostras de lesões suspeitas de micoses superficiais de 420 pacientes, 268 do sexo feminino (63,8% doentes) com a média de idade de 45,7 anos (dos 3 meses aos 95 anos), com o maior número de casos das unhas (43,4%) e pele glabra (24,1%). Em geral, o fungo mais encontrado na cultura foi o Trichophyton rubrum; no entanto, não houve esta concordância em todos os locais da pele estudados. O exame micológico direto apresentou associação significativamente estatística com a cultura (K=0,955), se eliminadas os casos em que houve contaminação da cultura.

Conclusão: O uso do exame micológico direto e da cultura, como métodos diagnósticos na Dermatologia, é uma opção que fornece resultados satisfatórios e de baixo custo, favorecendo doentes e sistema de saúde. Este estudo permitiu descrever o perfil epidemiológico dos pacientes de um centro de Dermatologia de referência, com dados relevantes em relação ao nosso objetivo. A concordância entre o exame micológico direto e a cultura mostrou a confiabilidade dos métodos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Larrondo R, González A, Hernández L. Micosis superficiales. Dermatofitosis. Rev Cubana Med Gen Integr 2001; 17: 59-64.

Seebacher C, Bouchara JP, Mignon B. Updates on the Epidemiology of Dermatophyte In- fections. Mycopathologia. 2008 166:335–52.

Piérard GE. Dermatomycoses à. Rev Med Liege. 2016;71:147-53.

Velasco M, García-Melgares L, Gimeno E, Roche E, Vilata J J. Dermatofitosis. Editorial Médica Panamericana 2006;1:49-72.

Cavallera E, Asbati M. Onicomicosis por hongos filamentosos no dermatofitos. Dermatol Venez. 2006; 44:4-10.

Nenoff P, Krüger C, Ginter-Hanselmayer G, Tietz HJ. Mycology - an update. Part 1: Dermatomycoses: causative agents, epidemiology and pathogenesis. J Dtsch Dermatol Ges. 2014;12:188-209; quiz 210, 188-211; quiz 212. doi: 10.1111/ddg.12245.

Saunte DM, Gaitanis G, Hay RJ. Malassezia-Associated Skin Diseases, the Use of Diagnostics and Treatment. Front Cell Infect Microbiol. 2020;10:112.

Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977;33:159-74.

Altman DG. Practical statistics for medical research. London: Chapman and Hall/CRC; 1990. 624 p. v. 1.

StataCorp. (Stata Statistical Software. Release 10. Texas: College Station, StataCorp LP;2007.

Cruz CR, Ponce EE, Calderón RL, Delgado VN, Vieille OP, Piontelli LE. Micosis superficiales en la ciudad de Valparaíso, Chile: Período 2007-2009. Rev Chilena Infectol. 2011;28:404-9.

World Health Organization. Epidemiology and management of common skin diseases in children in developing countries. Geneva: WHO; 2005.

Koksal F, Er E, Samasti M. Causative agents of superficial mycoses in Istanbul, Turkey: retrospective study. Mycopathologia. 2009;168:117-23.

Bassiri-Jahromi S, Khaksari AA. Epidemiological survey of dermatophytosis in Tehran, Iran, from 2000 to 2005. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2009;75:142-7.

Panasiti V, Devirgiliis V, Borroni RG, Mancini M, Curzio M, Rossi M, Bottoni U, Calvieri S. Epidemiology of dermatophytic infections in Rome, Italy: a retrospective study from 2002 to 2004. Med Mycol. 2007;45:57-60.

Cai W, Lu C, Li X, Zhang J, Zhan P, Xi L, Sun J, Yu X. Epidemiology of Superficial Fungal Infections in Guangdong, Southern China: A Retrospective Study from 2004 to 2014. My- copathologia. 2016;181:387-95. doi: 10.1007/s11046-016-9986-6.

Weinberg JM, Koestenblatt EK, Tutrone WD, Tishler HR, Najarian L. Comparison of diag- nostic methods in the evaluation of onychomycosis. J Am Acad Dermatol. 2003;49:193-7.

Nasr A, Vyzantiadis TA, Patsatsi A, Louka A, Ioakimidou A, Zachrou E,et al. Epidemiology of superficial mycoses in Northern Greece: a 4-year study. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2016;30:837-9.

Lakshmanan A, Ganeshkumar P, Mohan SR, Hemamalini M, Madhavan R. Epidemiological and clinical pattern of dermatomycoses in rural India. Indian J Med Microbiol. 2015;33 Suppl:134-6.

Foster KW, Ghannoum MA, Elewski BE. Epidemiologic surveillance of cutaneous fungal infection in the United States from 1999 to 2002. J Am Acad Dermatol. 2004 ;50:748-52. 21. Seebacher C, Bouchara JP. Updates on the epidemiology of dermatophyte infections. Mycopathologia. 2008; 166:335-52.

Rato M, Costin A, Furtado C, Sousa C, Toscano C, Veríssimo C, et al. Epidemiologia das Infeções Fúngicas Superficiais em Portugal: Revisão de 3 Anos (2014-2016). Rev Soc Port Dermatol Venereol. 2018;76:269-78.

Publicado
2021-12-27
Como Citar
J. Bauer, F., Logullo, L., M. Heins, E., & L. M. Dinato, S. (2021). Epidemiologia e Avaliação de Métodos Diagnósticos em Micoses Superficiais em Serviço de Dermatologia de Hospital Público em Santos, Brasil. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 79(4), 345-350. https://doi.org/10.29021/spdv.79.4.1413
Secção
Artigos Originais