ÚLCERAS GENITAIS EM ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A PROPÓSITO DE TRÊS CASOS CLÍNICOS
Resumo
Introdução: A úlcera aftosa, muitas vezes associada a aftose oral, é a causa mais frequente de ulceração genital da vulva de etiologia não infecciosa e é sempre um diagnóstico de exclusão. Apresentamos três casos de úlcera genital, observados na nossa consulta de Dermatologia.
Caso 1: Doente do sexo feminino, 17 anos de idade, com história de aftose oral, observada por úlcera genital dolorosa com mais de uma semana de evolução, acompanhada de febre, astenia e mialgias.
Caso2: Doente do sexo feminino, 13 anos de idade, com úlcera genital dolorosa e edema dos pequenos lábios, com uma semana de evolução.
Caso 3: Doente do sexo feminino, 14 anos de idade, com úlcera genital dolorosa com quatro dias de evolução, acompanhada de febre e odinofagia, mas sem aftose oral.
Nos três casos foram excluídas as infecções sexualmente transmissíveis, relação com exposição a fármacos e compromisso oftalmológico. O estudo imunológico e o teste da patergia também foram negativos. Em nenhum dos três casos foram preenchidos, até à data, os critérios de Doença de Behçet e todas responderam à corticoterapia sistémica.
Comentários: As úlceras genitais não relacionadas com contacto sexual (úlceras genitais reactivas) estão frequentemente associadas a doenças sistémicas, nomeadamente doença de Crohn ou de Behçet, mas podem aparecer em resposta a uma infecção aguda. Estes três casos ilustram a dificuldade no diagnóstico diferencial e tratamento de úlcera genital em doentes jovens sem actividade sexual.
PALAVRAS-CHAVE – Úlcera; Adolescente; Doenças Genitais Femininas.
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