DERMATITE DE CONTACTO ALÉRGICA PROFISSIONAL AO MERCAPTOBENZOTIAZOL

  • Catarina Araújo Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • C. Resende Interno do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • T. Pereira Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • José Carlos Fernandes Assistente Hospitalar Graduado(a) de Dermatologia e Venereologia/Graduated Consultant, Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Celeste Brito Chefe de Serviço, Diretora do Serviço de Dermatologia e Venereologia/Consultant Chief, Head of Department of Dermatology and Venereology, Hospital de Braga, Braga, Portugal
Palavras-chave: Benzotiazóis, Dermatite de contacto alérgica, Dermatite ocupacional

Resumo

Introdução: A dermatite de contacto alérgica ao mercaptobenzotiazol e seus derivados tem sido reconhecida de forma crescente nos países industrializados devido ao seu uso alargado na polimerização da borracha sintética. Os autores descrevem dois casos clínicos com relevante exposição profissional.

Caso 1: Homem de 46 anos, trabalhador na construção civil, com uma dermatite de oito meses de evolução, pruriginosa, localizada apenas nos punhos, refratária a corticóide tópico de alta potência e anti-histamínico oral. Ao exame objetivo apresentava placas eritemato-violáceas infiltradas e pápulas eritematosas escoriadas em ambos os punhos. Os testes Prick e RAST ao latex foram negativos. Foram efetuados testes epicutâneos com a bateria padrão do Grupo Português de Estudo de Dermatite de Contacto, bateria de borrachas, bateria de colas e fragmentos da própria luva tendo-se verificado positividade ao mercaptobenzotiazol (++), mistura de mercapto (++) e à faixa elástica presente no punho das luvas, às 72h e aos 7 dias.

Caso 2: Homem de 61 anos, carpinteiro, com placas eritematosas infiltradas, pruriginosas, na região geniana e extensão para região cervical posterior, com cerca de 12 meses de evolução. Foram realizados testes epicutâneos com a bateria padrão do Grupo Português de Estudo de Dermatite de Contacto, bateria de borrachas e colas, bateria de cosméticos e fragmentos da própria máscara de proteção. Verificou-se positividade para mercaptobenzotiazol (+ +), mistura mercapto (+ +) e elástico de máscara (+ +) na leitura das 72 horas e aos 7 dias.

Discussão: Apesar de serem alergénios bem conhecidos, o mercaptobenzotiazol e seus derivados podem estar presentes noutras fontes de exposição à borracha como o tecido elástico no vestuário. Uma vez o trabalhador sensibilizado, pode ser causa de incapacidade quer para a profissão quer para as atividades de vida diária.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adams A, Warshaw E. Allergic contact dermatitis from mercapto compounds. Dermatitis. 2006; 17(2):56-70.

Rudner EJ, Clendenning WE, Epstein E, et al. Epidemiology of Contact Dermatitis in North America:

Arch Dermatol.1973; 108(4):537-40.

North American Contact Dermatitis Group. Interim report 2003- 2004. Chicago: North American Contact Dermatitis Group; 2005.

Diepgen T, Bruynzeel D, Andersen K, Brandão F, Bruze M, Gonçalo M, et al. Mercaptobenzothiazole

or the mercapto-mix: which should be in standard series? Contact Dermatitis. 2006; 55(1):36-8.

Warshaw EM, Cook JW, Belsito DV, DeLeo VA, Fowler JF Jr, Maibach HI, et al. North American Contact

Dermatitis Group. Positive patch-test reactions to mixed dialkyl thioureas: cross-sectional data from the North American Contact Dermatitis Group, 1994 to 2004. Dermatitis. 2008; 19(4):190-201.

Storrrs F, Rosenthal LE, Adams RM, Clendenning W, Emmett EA, Fisher AA, et al. Prevalence and relevance of allergic reactions in patients tested in North America. J Am Acad Dermatol. 1989; 20(6):1038-44.

Nethercott JR, Holness DL, Adams RM, Belsito D, Deleo V, Emmett EA, et al. Patch testing with a routine screening tray in North America, 1985 through 1989: II. Gender and response. Am J Contact Dermat. 1991; 2:130-4.

Rietschel RL, Mathias CGT, Fowler JF, Pratt M, Taylor JS, Sherertz EF, et al. Relationship of occupation

to contact dermatitis: evaluation in patients tested from 1998 to 2000. Am J Contact Dermat. 2002; 13(4):170-6.

Dickel H, Kuss O, Schmidt A, Diepgen TL. Occupational relevance of positive standard patch-test

results in employed persons with an initial report of an occupational skin disease. Int Arch Occup Environ Health 2002; 75(6):423-34.

Nettis E, Marcandrea MC, Paradiso MT, Paradiso MT, Ferrannini A, Tursi A. Results of standard series

patch testing in patients with occupational allergic contact dermatitis. Allergy. 2003; 58(12): 1304-7.

Belsito DV. The immunologic basis of patch testing. J Am Acad Dermatol. 1989; 21 (4 Pt 2): 822-9.

Rietschel RL, Fowler JF .The pathogenesis of allergic contact hypersensitivity. 5th ed, Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2001.

Wang X, Tabor MW. Studies of the reactivity of morpholine, 2-mercaptobenzothiazole and 2 of their

derivatives. Contact Dermatitis. 1988; 19(1):16-21.

Publicado
2015-04-13
Como Citar
Araújo, C., Resende, C., Pereira, T., Fernandes, J. C., & Brito, C. (2015). DERMATITE DE CONTACTO ALÉRGICA PROFISSIONAL AO MERCAPTOBENZOTIAZOL. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 72(4), 541-545. https://doi.org/10.29021/spdv.72.4.324
Secção
Grupo Português de Estudo das Dermites de Contacto (GPEDC)

Artigos mais lidos pelo mesmo (s) autor (es)