MELANOMA MALIGNO: ANÁLISE RETROSPECTIVA 2006-2013
Resumo
Introdução: A incidência de melanoma maligno tem aumentado nos estudos nacionais e internacionais. É fundamental o conhecimento da sua prevalência. Os autores propuseram-se a estudar a evolução da prevalência, as variáveis demográficas e as características dos melanomas malignos diagnosticados no Hospital Garcia de Orta.
Materiais e métodos: Efectuou-se um estudo retrospectivo, através da consulta dos processos clínicos, de todos os melanomas malignos diagnosticados entre 2006 e 2013. Procedeu-se à análise estatística dos resultados.
Resultados: Foram diagnosticados 341 melanomas malignos em 302 doentes, 189 dos quais em mulheres. Verificou-se uma taxa média de crescimento anual de 8.57%, com 27 melanomas malignos em 2006 e 48 em 2013. Predominaram os grupos etários mais elevados. Globalmente o tronco foi a localização dominante. A espessura média foi de 1.18 mm. Verificou-se um aumento estatisticamente significativo da proporção de melanomas malignos com espessura <1mm. Contudo, o número de melanomas malignos com espessuras >2mm manteve-se constante no período analisado. Em 36 doentes foi encontrado envolvimento ganglionar (estadio III). Apenas 2 doentes evidenciavam envolvimento metastático (estadio IV).
Discussão: O número de melanomas malignos diagnosticados cresceu acima dos aumentos de incidência reportados na literatura. A espessura média, acima de 1 mm, mantém-se elevada segundo os padrões internacionais. Contudo, o aumento proporcional do número de melanomas malignos <1mm, em linha com a literatura, indiciam uma evolução positiva.
Conclusões: Embora de forma limitada, dada a pequena dimensão da população, e o curto intervalo de tempo analisado, poderá concluir-se sobre a eficácia das estratégias de prevenção e promoção do diagnóstico precoce do melanoma maligno.
Downloads
Referências
Registo Oncológico Nacional (RON-2001). Lisboa: Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil; 2008.
RORENO. Registo Oncológico Nacional 2007. Porto: Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil-EPE; 2013.
Amaro JA. Melanoma Maligno da Pele – Epidemiologia. In: Passos MJ, editor. Melanoma 2013. Lisboa; 2014. p.27-30.
Ries LA, Melbert D, Krapcho M, Stinchcomb DG, Howlader N, Horner MJ, et al .SEER Cancer Statistics Review, 1975-2005. National Cancer Institute. Disponível em: http://seer.cancer.gov/csr/1975_2005/, based on November 2007 SEER data submission, posted to the SEER web site, 2008.
Garbe C, Leiter U. Melanoma epidemiology and trends. Clin Dermatol. 2009; 27(1):3-9.
Linos E, Swetter SM, Cockburn MG, Colditz GA, Clarke CA. Increasing burden of melanoma in the United States. J Invest Dermatol. 2009;129(7):1666-74.
Erickson C, Driscoll MS. Melanoma epidemic: facts and controversies. Clin Dermatol. 2010; 28(3):281-5.
Little EG, Eide MJ. Update on the current state of melanoma incidence. Dermatol Clin. 2012; 30(3):355-61.
Simard EP, Ward EM, Siegel R, Jemal A. Cancers with increasing incidence trends in the United States: 1999 through 2008. CA Cancer J Clin. 2012; 62(2):118-28.
Boniol M, Autier P, Boyle P, Gandini S. Cutaneous melanoma attributable to sunbed use: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2012. 24;345:e4757.
Waldmann A, Nolte S, Weinstock MA, Breitbart EW, Eisemann N, Geller AC, Greinert R, Volkmer B, Katalinic A. Skin cancer screening participation and impact on melanoma incidence in Germany-an observational study on incidence trends in regions with and without population-based screening. Br J Cancer. 2012; 106(5):970-4.
Tronnier M, Semkova K, Wollina U, Tchernev G. Malignant melanoma: epidemiologic aspects, diagnostic and therapeutic approach. Wien Med Wochenschr. 2013; 163(15-16):354-8.
Kornek T, Augustin M. Skin cancer prevention. J Dtsch Dermatol Ges. 2013 ;11(4):283-96
Howlader N, Noone AM, Krapcho M, Garshell J, Miller D, Altekruse SF, et al . SEER Cancer Statistics Review, 1975-2011. National Cancer Institute. Disponível em:http://seer.cancer.gov/csr/1975_2011/, based on November 2013 SEER
data submission, posted to the SEER web site, April 2014.
Breslow A. Thickness, cross-sectional areas and depth of invasion in the prognosis of cutaneous melanoma. Ann Surg 1970; 172(5):902-8.
Balch CM, Soong SJ, Gershenwald JE, Thompson JF, Reintgen DS, Cascinelli N, et al. Prognostic factors analysis of 17,600 melanoma patients: validation of the American Joint Committee on Cancer melanoma staging system. J Clin Oncol. 2001; 19(16):3622-34.
Balch CM, Gershenwald JE, Soong SJ, Thompson JF, Atkins MB, Byrd DR, et al. Final version of 2009 AJCC melanoma staging and classification. J Clin Oncol. 2009; 27(36):6199-206.
Furtado C, Macedo Ferreira A, Martinez C, Cochito M, Campos Lopes JM, Leite L. Cutaneous Melanoma. Review of 6 years. Skin Cancer. 1997; 12:177-82.
Catorze MG, Cabeças MA, Rafael M, Chaveiro A, Lamarão P, Cardoso J, Pacheco FA. Malignant melanoma(Epidemiological aspects of the casuistics in the department of Dermatology of a Lisbon Hospital: 1991-1997). Skin Cancer. 1998; 13:75-80.
Neto V, Rijo H, Cabrita J. Cutaneous malignant melanoma. Review of 11 years (1985-1995). Skin Cancer. 1999;14:145-55.
Alves R, Esteves T, Marote J, Caldeira C, Costa Neves P, Faria A. Malignant melanoma. Review of 7 years (1998-2004) at Hospital Central do Funchal. Skin Cancer. 2007; 22:181-9.
Ferreira M, Costa V, Torres T, Selores M. Análises retrospectiva de Melanoma Cutâneo primário: 1996-2006. Trab Soc Port Dermatol Venereol. 2007; 65(4):495-502.
Clark LN, Shin DB, Troxel AB, Khan S, Sober AJ, Ming ME. Association between the anatomic distribution of melanoma and sex. J Am Acad Dermatol. 2007 ;56(5):768-73.
Armstrong A, Powell C, Powell R, Hallam N, Taylor J, Bird J, et al. Are we seeing the effects of public awareness campaigns? A 10-year analysis of Breslow thickness at presentation of malignant melanoma in the South West of England. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2014; 67(3):324-30.
Eisemann N, Waldmann A, Katalinic A. [Incidence of melanoma and changes in stage-specific incidence after implementation of skin cancer screening in Schleswig-Holstein]. Bundesgesundheitsblatt Gesundheitsforschung Gesundheitsschutz. 2014 Jan; 57(1):77-83.
Garbe C, Blum A. Epidemiology of cutaneous melanoma in Germany and worldwide. Skin Pharmacol Appl Skin Physiol. 2001;14(5):280-90.
Aitken JF, Elwood M, Baade PD, Youl P, English D. Clinical whole-body skin examination reduces the incidence of thick melanomas. Int J Cancer. 2010; 126(2):450-8.
Katalinic A, Waldmann A, Weinstock MA, Geller AC, Eisemann N, Greinert R, et al. Does skin cancer screening save lives?: an observational study comparing trends in melanoma mortality in regions with and without screening. Cancer. 2012; 118(21):5395-402.
Stratigos AJ, Forsea AM, van der Leest RJ, de Vries E, Nagore E, Bulliard JL, et al. Euromelanoma: a dermatology-led European campaign against non melanoma skin cancer and cutaneous melanoma. Past, present and future. Br J Dermatol. 2012; 167 Suppl 2:99-104.
Aneja S, Brimhall AK, Kast DR, Aneja S, Carlson D, Cooper KD, et al. Improvement in Patient Performance of Skin Self-examinations After Intervention With Interactive Education and Telecommunication Reminders: A Randomized Controlled Study. Arch Dermatol. 2012; 148(11):1266-72.
Correia O, Duarte AF. Prevenção dos Cancros da Pele e do Melanoma. In: Passos MJ, editor. Melanoma 2013. Lisboa; 2014. p.39-47.
Todos os artigos desta revista são de acesso aberto sob a licença internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 (CC BY-NC 4.0).