DERMATITE DE CONTACTO ALÉRGICA A SOMBRA DE OLHOS

  • Catarina Araújo Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga, Sete Fontes – São Victor, Braga, Portugal
  • Cristina Resende Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga, Sete Fontes – São Victor, Braga, Portugal
  • Teresa Pereira Assistente Hospitalar de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga, Sete Fontes – São Victor, Braga, Portugal
  • Celeste Brito Chefe de Serviço, Directora do Serviço de Dermatologia e Venereologia/Consultant Chief, Head of Department of Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Braga, Sete Fontes – São Victor, Braga, Portugal
Palavras-chave: Dermite de contacto alérgica, Pálpebras, Sombra de olhos, Maquilhagem, Níquel

Resumo

Introdução: A dermatite de pálpebras secundária à exposição a cosméticos é descrita na literatura entre 2.5% e 26%. A maquilhagem pigmentada pode conter alergénios metálicos, incluindo níquel, crómio e cobalto.

Caso clínico: Doente do sexo feminino, 52 anos, cabeleireira, com antecedentes de atopia. Recorreu à consulta de Dermatologia com história de prurido, eritema e descamação das pálpebras com 7 meses de evolução. Na sua história médica passada foi referida dermatite do lóbulo da orelha aos brincos. Foi encaminhada à consulta de Alergologia Cutânea para realização de testes epicutâneos com a série básica do Grupo Português de Dermatite de Contactos, série cosméticos, série cabeleireiro e os produtos pessoais da doente (em teste semiaberto). Foram observadas reacções positivas ao sulfato de níquel 5% em vaselina (++ em D3) e valentina D kejal® (sombra de olhos cinzenta).

Conclusões: Os cosméticos são uma potencial fonte sensibilizante da pele da face, especialmente em mulheres com atopia e alteração da barreira cutânea, o que favorece a penetração de alergénios. Isto permite que o níquel em baixas concentrações, mesmo que, como contaminante, desencadeie reacção palpebral.

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Referências

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Publicado
2015-06-06
Como Citar
Araújo, C., Resende, C., Pereira, T., & Brito, C. (2015). DERMATITE DE CONTACTO ALÉRGICA A SOMBRA DE OLHOS. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 73(1), 119-122. https://doi.org/10.29021/spdv.73.1.352
Secção
Grupo Português de Estudo das Dermites de Contacto (GPEDC)