TOXIDERMIAS – ESTUDO DOS CASOS INTERNADOS NUM HOSPITAL CENTRAL (2000-2010)

  • Ana Maria Calistru Interna do Internato Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident Dermatology and Venereology
  • Carmen Lisboa - Professora Doutora, Especialista em Dermatologia e Venereologia/Professor, Consultant of Dermatology and Venereology - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Portugal
  • Ana Paula Cunha Assistente de Dermatologia e Venereologia /Consultant, Dermatology and Venereology
  • Filomena Azevedo Chefe de Serviço/Directora de Serviço de Dermatologia e Venereologia/Consultant Chief, Head of Dermatology and Venereology Department Serviço de Dermatologia e Venereologia do Centro Hospitalar de São João EPE, Porto, Portugal

Resumo

Introdução: A pele e as mucosas são alvos comuns das reacções aos medicamentos, com uma grande variabilidade de formas clínicas e fármacos envolvidos.

Objectivo: O nosso estudo pretende caracterizar as toxidermias que necessitaram de internamento.

Métodos: Foram analisados os dados clínicos e laboratoriais dos doentes com o diagnóstico de toxidermia internados no nosso Serviço durante 11 anos (2000-2010).

Resultados: O estudo incluiu 168 doentes (110 do sexo feminino e 58 do sexo masculino). As formas clínicas foram: exantema máculo-papular (n=85, 50.6%), síndrome Stevens-Johnson (SSJ: n=14, 8.3%), necrólise epidérmica tóxica (NET: n=10, 5.9 %), overlap SSJ/NET (n=3), síndrome de hipersensibilidade (n=12), reacção de fotossensibilidade (n=10), eritrodermia (n=9), pustulose exantemática aguda (n=6), eritema pigmentado fixo (n=6), vasculite (n=5), eritema multiforme (n=3), urticária/angioedema (n=2), síndrome de Sweet (n=1), exantema flexural simétrico re- lacionado com fármacos (n=1), erupção liquenóide (n=1). Os fármacos mais frequentemente envolvidos foram: antibióticos (39,8%, sobretudo amoxicilina/ácido clavulânico e cotrimoxazol), anticonvulsivantes (15,5%), antinflama- tórios não-esteróides (13,5%) e alopurinol (12,5%). Em 4 pacientes foi encontrada infecção vírica concomitante (vírus Epstein Barr, citomegalovírus, herpes vírus humano 6 e parvovírus B19). O intervalo mediano entre a toma do fármaco e o aparecimento da dermatose foi de 8 dias (variando entre 6 horas e 90 dias). Dezanove doentes continuaram o medicamento por mais de 10 dias após o início da erupção; 6 deles desenvolveram eritrodermia mas nenhum evoluiu para SJS/NET. Corticoterapia foi utilizada na maioria dos doentes e imunoglobulina endovenosa em 15 casos. A mortalidade global foi de 5,3%, sendo de 26% na SSJ/NET. Além do elevado valor do SCORTEN, a presença da infecção e a hipoalbuminémia foram relacionadas com a mortalidade na SJS/NET.

PALAVRAS-CHAVE – Toxidermias; Fármacos; Internamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2011-12-20
Como Citar
Calistru, A. M., Lisboa, C., Cunha, A. P., & Azevedo, F. (2011). TOXIDERMIAS – ESTUDO DOS CASOS INTERNADOS NUM HOSPITAL CENTRAL (2000-2010). Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 69(4), 585. https://doi.org/10.29021/spdv.69.4.59
Secção
Artigos Originais