Biópsia do Gânglio Sentinela em Melanomas Espessos: Estudo Clínico Retrospectivo num Único Centro

  • Mariana Lemos Aluna do Mestrado Integrado em Medicina/Medical Student, Faculty of Medicine, University of Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Ricardo Vieira Professor Auxiliar/Associated Professor, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Dermatology and Venereology Department, Coimbra University Hospital Center, Coimbra, Portugal
  • Ana Brinca Assistente Hospitalar/Consultant of Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Portugal
  • Américo Figueiredo Professor e Director do Serviço de Dermatologia/Professor and Head of Dermatology Department, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
Palavras-chave: Biópsia do Gânglio Sentinela, Melanoma, Neoplasias da Pele, Prognóstico, Taxa de Sobrevida

Resumo

Introdução: A biopsia do gânglio sentinela é um procedimento genericamente aceite no estdiamento do melanoma. O valor prognóstico desta técnica parece ser mais relevante nos melanomas de espessura intermédia (1-4mm) do que nos melanomas espessos (>4mm).

Objectivo: Avaliar o valor prognóstico do estado do gânglio sentinela em doentes com melanoma espesso.

Doentes e Métodos: A sobrevivência livre de doença e a sobrevivência global foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier e por um modelo de regressão de Cox numa amostra de doentes com melanoma espesso.

Resultados: Foram incluídos 43 doentes (52.2% do sexo masculino) com uma média etária de 63,9 anos. A biopsia do gânglio sentinela foi positiva em 20 casos (46,5%). O tempo médio de seguimento foi de 40 meses. Os doentes em que não foram encontradas metástases no gânglio sentinela tiveram uma sobrevivência livre de doença aos 5 anos significativamente maior do que o grupo de doentes com gânglio sentinela positivo (63% versus 19%, p<0.05). A sobrevivência global aos 5 anos foi tendencialmente mais baixa em doentes com gânglio sentinela positivo (52% versus 79%), embora sem significado estatístico.

Conclusão: O estado do gânglio sentinela não teve influência estatística na sobrevivência global dos doentes da nossa série de melanomas espessos, provavelmente devido ao risco elevado de metastização por via hemática. Porém, a biopsia do gânglio sentinela forneceu informação prognóstica relevante, uma vez que teve clara influência na sobrevivência livre de doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Morton DL, Cochrane AJ, Thompson JF, Elashoff R, Essner R, Glass EC, et al. Sentinel lymph node for early

node biopsy for early stage melanoma: accuracy and morbidity in MSLT-1, an international multi-centre trial.

Ann Surg. 2005; 242:302-11.

Morton DL, Thompson JF, Cochran AJ, Mozzillo N, Nieweg OE, Roses DF, et al. Final Trial Report of Sentinel-

Node Biopsy versus Nodal Observation in Melanoma. N Engl J Med. 2014; 370:599-609.

Fairbairn NG, Orfaniotis G, Butterworth M. Sentinel lymph node biopsy in thick malignant melanoma: a

-year single unit experience. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2012; 65:1396-402.

Hinz T, Ahmadzadehfar H, Wierzbicki A, Hoeller T, Wenzel J Biersack HJ, et al. Sentinel lymph node status as

most important prognostic factor in patients with high-risk cutaneous melanomas (tumour thickness >4mm):

outcome analysis from a single institution. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2012; 39:1316-25.

Rughani MG, Swan MC, Adams TS, Marshall A, Asher R, Cassel OC, et al. Sentinel lymph node status predicts

survival in thick melanomas: the Oxford perspective. Eur J Surg Oncol. 2012; 38:936-42.

Kelly J, Redmond HP. The role of sentinel lymph node biopsy in patients with thick melanoma. A single centre

experience. Surgeon. 2012; 10:65-70.

Göppner D, Ulrich J, Pokrywka A, Peters B, Gollnick H, Leverkus M. Sentinel lymph node biopsy status is a key parameter to stratify the prognostic heterogeneity of malignant melanoma in high-risk tumors >4 mm. Dermatology. 2011; 222:59-66.

Covarelli P, Vedovati MC, Becattini C, Rodelli F, Tomassini GM, Messina S, et al. The sentinel node biopsy in

patients with thick melanoma: outcome analysis from single-institution database. In Vivo. 2011; 25:439-43.

Scoggins CR, Bowen AL, Mertin RC, Edwards MJ, Reintgen DS, Ross MI, et al. Prognostic information from

sentinel lymph node biopsy in patients with thick melanoma. Arch Surg. 2010; 145: 622-7.

Gajdos C, Griffith KA, Wong SL, Johnson TM, Chang AE, Cimmino VM, et al. Is there a benefit to sentinel

lymph node biopsy in patients with T4 melanoma? Cancer. 2009; 115: 5752-60.

Gutzmer R, Satzger I, Thoms KM, Völker B, Mitteldorf C, Kapp A, et al. Sentinel lymph node status is the most important prognostic factor for thick melanoma (> or = 4mm) melanomas. J Dtsch Dermatol Ges. 2008;

:198-203.

Cecchi R, Buralli L, Innocenti S, Seghieri G, De Gaudio C. Sentinel lymph node biopsy in patients with thick

(= 4mm) melanoma: a single-centre experience. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2007; 21:758-61.

Vermeeren L, van der Ent FW, Sastrowijoto PS, Hulsewé KW. Thick melanoma: prognostic value of positive sentinel nodes. World J Surg. 2009; 33: 2464-8.

Rhodes AR. Prognostic usefulness of sentinel lymph node biopsy for patients who have clinically node negative, localized, primary invasive cutaneous melanoma: a Bayesian analysis using informative published

reports. Arch Dermatol.2011; 147:408-15.

Oliveira Filho RS, Silva AL, Oliveira DA, Oliveira GG, Nahas FX. Sentinel node biopsy should not be recommended for patients with thick melanoma. Rev Col Bras Cir. 2013; 40:127-9.

Rondelli F, Vedovati MC, Becattini C, Tomassini GM, Messina S, Noya G, et al. Prognostic role of sentinel

node biopsy in patients with thick melanoma: a meta-analysis. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2012;

:560-5.

Publicado
2016-10-15
Como Citar
Lemos, M., Vieira, R., Brinca, A., & Figueiredo, A. (2016). Biópsia do Gânglio Sentinela em Melanomas Espessos: Estudo Clínico Retrospectivo num Único Centro. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 74(3), 255-259. https://doi.org/10.29021/spdv.74.3.594
Secção
Artigos Originais