UTILIZAÇÃO OFF-LABEL DE TERAPÊUTICA BIOLÓGICA EM DERMATOLOGIA – EXPERIÊNCIA CLÍNICA DE 5 ANOS

  • Filipa Diamantino Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
  • Sara Lestre Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
  • Pedro Ponte Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
  • Ana Ferreira Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
  • Ana Fidalgo Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
  • Maria João Lopes Serviço de Dermatologia, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central
Palavras-chave: Biológicos, Off-label, Etanercept, Infliximab, Adalimumab, Efalizumab, Rituximab, Dermite atópica, Esclerodermia, Doença de Behçet, Pênfigo, Granuloma elastolítico, Pitiríase rubra pilar, Dermatose pustulosa subcórnea

Resumo

Introdução: Nos últimos anos, a terapêutica biológica expandiu de forma expressiva as opções terapêuticas disponíveis em Dermatologia. Ainda que o seu uso esteja apenas aprovado no tratamento da psoríase e psoríase atropática, a utilização off-label em diversas dermatoses inflamatórias tem sido descrita de forma crescente na literatura.

Métodos: Efectuou-se um estudo retrospectivo dos doentes com dermatoses (que não a psoríase) tratados com terapêutica biológica entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2009, no nosso Serviço. Foram analisados os dados clínicos, as terapêuticas efectuadas, a eficácia e o perfil de segurança.

Resultados: Foram incluídos 15 doentes e tratadas 7 diferentes patologias dermatológicas resistentes às terapêuticas convencionais. O etanercept foi utilizado em 4 casos: 3 doentes com Esclerodermia sistémica (2 doentes interromperam a terapêutica antes das 12 semanas por efeitos adversos graves; no 3º doente verificaram-se bons resultados) e um doente com granuloma elastolítico, no qual se registou uma boa resposta clínica. O infliximab foi utilizado com sucesso em 4 doentes (3 casos de doença de Behçet e 1 de pitiríase rubra pilar). O adalimumab foi utilizado num caso de dermatose pustulosa subcórnea com excelentes resultados. O efalizumab foi ineficaz em 2 casos de dermite atópica. O rituximab foi utilizado em 5 doentes: 3 casos de pênfigo (com excelentes resultados terapêuticos) e 2 casos de dermite atópica (numa doente houve uma boa resposta, mas interrompeu a terapêutica após 1 semana de tratamento por gravidez e na 2ª doente não se observou qualquer melhoria significativa).

Conclusão: A terapêutica biológica tem demonstrado eficácia no tratamento de várias dermatoses; no entanto a maioria da informação disponível na literatura é referente a casos isolados ou a pequenas séries de casos. Apesar da nossa experiência ser limitada, estes resultados parecem-nos promissores na terapêutica de determinadas dermatoses inflamatórias refractárias aos tratamentos convencionais.

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Publicado
2016-11-23
Como Citar
Diamantino, F., Lestre, S., Ponte, P., Ferreira, A., Fidalgo, A., & Lopes, M. J. (2016). UTILIZAÇÃO OFF-LABEL DE TERAPÊUTICA BIOLÓGICA EM DERMATOLOGIA – EXPERIÊNCIA CLÍNICA DE 5 ANOS. Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 69(1), 49-67. https://doi.org/10.29021/spdv.69.1.634
Secção
Artigo de Revisão