CHLAMYDIA TRACHOMATIS NUMA CONSULTA DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – ESTUDO RETROSPECTIVO DE QUATRO ANOS (2006-2009)

  • Rodrigo Araújo Carvalho Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Curry Cabral
  • Cândida Fernandes Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Curry Cabral
  • Raquel Santos Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Curry Cabral
  • Ana Rodrigues
  • Jorge Cardoso Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospital de Curry Cabral
Palavras-chave: Chlamydia trachomatis, Infecção genital, Infecção sexualmente transmissível

Resumo

A infecção genital por Chlamydia trachomatis (Ct) é frequentemente assintomática e quando não tratada precocemente constitui um problema major de saúde pública. Os autores realizaram um estudo cujo objectivo foi determinar a prevalência de infecção genital por Ct numa consulta de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e realizar uma análise de diferentes variáveis. Para tal foi realizado um estudo retrospectivo dos doentes com diagnóstico de infecção por Ct confirmado por técnica de amplificação de ácidos nucleicos, observados na consulta de ISTs do Serviço de Dermatologia e Venereologia do Hospital Curry Cabral entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2009. Encontrou-se uma prevalência de infecção de 10,5% (81 doentes com infecção genital por Ct em 771 indivíduos testados). Na população com infecção por Ct foram encontradas diferenças com significado estatístico entre o sexo masculino e feminino na idade média dos doentes (homens=28,9 vs mulheres=24,3) p= 0,018; no número de companheiros sexuais nos últimos 6 meses (homens=3,32 vs mulheres=1,50) p=0,009; e no tempo em semanas decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico (homens=2,65 vs mulheres=6,64) p= 0,032. Os doentes com co-infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) tinham um maior número de companheiros sexuais nos últimos 6 meses do que os não VIH p=0,003. Assim, existem diferenças demográficas, comportamentais e clínicas entre o sexo masculino e feminino e entre a população VIH e não VIH. Além disso, a elevada prevalência de infecção por Ct justifica os programas de diagnóstico precoce instituídos.

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Publicado
2016-11-23
Como Citar
Araújo Carvalho, R., Fernandes, C., Santos, R., Rodrigues, A., & Cardoso, J. (2016). CHLAMYDIA TRACHOMATIS NUMA CONSULTA DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – ESTUDO RETROSPECTIVO DE QUATRO ANOS (2006-2009). Revista Da Sociedade Portuguesa De Dermatologia E Venereologia, 69(1), 79-84. https://doi.org/10.29021/spdv.69.1.636
Secção
Grupo para o Estudo e Investigação das Doenças Sexualmente Transmissíveis (GEIDST)